Poemas -> Desilusão : 

Sepulcro da saudade

 
Carrego a saudade como um túmulo aberto,
Um corte que nunca cicatriza,
Sangrando lembranças de um amor
Que se perdeu nas sombras do tempo.

O vento me devolve teu nome,
Mas é um sussurro morto,
Um fantasma que atravessa meus ossos
E deixa o frio entranhado na pele.

Teu perfume ainda vagueia no escuro,
Como veneno que não se dissipa,
Um altar de cinzas e silêncio
Que me obriga a rezar pelo que não volta.

Não sofro apenas o que vivi contigo,
Mas o que jamais viverei,
O futuro roubado,
A eternidade quebrada.

E nesta escuridão que me habita,
Descubro a verdade cruel:
O amor que me resta
É apenas ausência,
Um punhal cravado
Que insiste em machucar.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Instagram
@poetacacerense
 
Autor
Odairjsilva
 
Texto
Data
Leituras
114
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.