Não é sobre rasgar a pele para provar força,
Nem sobre caminhar até que os ossos gritem.
O verdadeiro movimento se constrói
No silêncio dos gestos,
No compasso das pequenas escolhas,
Na leveza de um passo
Que encontra o chão sem pressa.
É sobre a arte da repetição com consciência,
Como quem rega uma planta
Sem exigir a floração imediata.
É sobre perceber que cada avanço,
Por menor que seja,
É uma vitória contra a estagnação invisível.
Celebrar o instante não como destino,
Mas como chama que mantém a travessia viva.
Pois não é no excesso
Que se encontra a transformação,
E sim no ritmo suave
De quem se permite permanecer.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense