Teve um tempo que eu não as reconhecia, até que erupções e ebulições criaram o encontro.
As tinha como preciosas formas de levar a superfície tudo que parecia não ter força própria para fazer.
Eram ferramentas como baldes que alçam o fundo do poço e que com alguma energia puxou a-nas para fora.
Teve um tempo que me adaptei e esqueci outros sentidos. E por mais constante e elaboradas que fossem, descobri que não havia substituição possível. Cada sentido precisa ter o seu espaço, e elas por mais esforçadas, não preenchiam as necessidades que só a fala poderia proporcionar.
Teve um tempo, ainda recente que eu entendi que necessitava equilibrar e fiz, ou faço, ou tento.
Agora eu vivo um novo tempo, um tempo que eu deixei de possuí-las completamente.
O balde ainda desce, vem a superfície, vira papel e vira voz.
Hoje eu escrevo para mim e para você.
Hoje eu falo para mim e para você.