hei-de aparecer depois de morto
não sei se luz aos olhos
ou lados amarelados
e tinta de velho embriagado
com capa de sustos a voar
por enquanto desapareço
aqui e ali
assim que os dedos apertam
a alma
o morto cansa-me
gosto de acorrer aos fantasmas
eles permitem que os veja através
passam-me e eu passo-os
vivo como eles
brincamos ao já que morreste agora estás vivo
a prova são os cabelos em pé
de vento
e os dedos à solta
a fugir sem mão
já longe da cabeça
mais tarde reapareço
já, já, não...!
04-10-2025