Sonetos : 

O Sino

 
O Sino

Incessantemente lá do alto
Já toca o sino pela aurora
Solta-se um breve sobressalto
Cá, por quem teve a sua hora.

Quem será? Pergunto ao vento
Que nos transmite com perícia
O que é. de morte em sentimento
E que a igreja faz em notícia.

Toca o sino já alguém chora
Oiço aqui, vem do vento norte
Um pesar por tão triste sorte,

Mas quem a morte sente por fora
Sabe que há vida depois da morte
Não perde tempo, não se demora.

O-tavico





 
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O-tavico
 
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 11/12/2025 12:10  Atualizado: 11/12/2025 12:10
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 Re: O Sino\cheiramázedo
8. Cota de malha


Há quem chame de botas ao coturno,
incapaz de ler o sangue na lama,
ignora a vingança que me inflama
sob esta lua, neste céu noturno.

Não há graxa, tudo é soturno,
se espezinho todos nesta trama.
Do inimigo não há dó, uma grama
que seja, que reste, neste turno.

Colete de balas, cota de malha,
há quem pense serem os dois um só;
desconhecem o feito de carne e osso.

Maldição que, até por ti, se espalha,
que reduz tudo o que brilha a pó,
nada vinga, tudo acaba e grosso.


in Dez Sonetos da Guerra na Crimeia por partes