Acrósticos : 

Quando o tempo passa

 
Quando o tempo passa


Paulatinamente
contei as pedras
obstáculos de uma vida
sobressaltos existenciais
gigantes de outrora
pequenos seixos
agora

Alturas houve
terríveis
instransponíveis muros nasceram
precipícios insondáveis
se abriram
querendo tragar-me
sem dor

Dias negros
nuvens baixas e pesadas
destino fatal
se abria a meus pés
solução final
resolução tão simples
de fim de caminho

Olho para trás
agora
degraus ridículos
pequenas arribas
muretes e neblinas
dias de pouca luz
afinal

Lentamente
o tempo passa
tudo aplana
da mais alta montanha
à mais profunda cratera
iluminando até
a mais escura noite

O tempo arrasa
o que nos arrasou
amaina
o que nos alterou
dá esperança
a quem desesperou
... afinal

Doctorstrangelove, Novembro 2005
Doctorstrangelove © 2007 (Permission to reprint and use granted so long as no modifications are made and appropriate credit is given)


Doctorstrangelove - Portugal

 
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Doctorstrangelove
 
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