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Não sei quem sou!

 
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Na mercearia, sou cliente!
No restaurante, freguês!
No correio sou remetente!
No passaporte, português!

Quando voto, sou eleitor!
Se oiço a rádio, sou ouvinte!
Na TV, sou espectador!
Nas Finanças, contribuinte!

Quando viajo sou turista!
Se ando a pé sou um peão!
Na alfandega, contrabandista
E na igreja sou cristão!

Se jogo na bolsa, investidor!
No casino, sou um viciado!
Com gravata sou doutor!
Se falo muito advogado!

Se vou à Luz sou Benfiquista!
Em Alvalade, viro Leão!
Se sou do Porto, sou Portista!
Mas nas Antas serei Dragão!

Quando morrer serei finado!
Outros dirão que sou defunto!
Se me queimam sou cremado
E arruma-se logo o assunto!


José Mota

 
Autor
PoetaSenior
 
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Enviado por Tópico
FatinhaMussato
Publicado: 01/11/2008 20:20  Atualizado: 01/11/2008 20:20
Colaborador
Usuário desde: 17/11/2007
Localidade: Jales (SP / BR)
Mensagens: 2051
 Re: Não sei quem sou! p/ PoetaSenior
Preciso mesmo é sair logo daqui, pois do contrário me esquecerei também de quem sou...rsrs
Apreciei muito o teu poema, pois além de dizer muitas verdades, ainda assim é muito brincalhão e alegre!

Beijinhos em seu coração,

Fatinha.

Enviado por Tópico
crissales
Publicado: 02/11/2008 23:13  Atualizado: 02/11/2008 23:13
Super Participativo
Usuário desde: 20/09/2008
Localidade:
Mensagens: 129
 Re: Não sei quem sou!
tem certeza,somos tantos que acabamos de esquecer quem realmente somos.gostei e me diverti muito,pri
ncipalmente na parte que diz:

Quando morrer serei finado!
Outros dirão que sou defunto!
Se me queimam sou cremado
E arruma-se logo o assunto!

otimo, adorei.beijos de suam amiga cris

Enviado por Tópico
tania orsi vargas
Publicado: 09/11/2008 01:51  Atualizado: 09/11/2008 01:51
Participativo
Usuário desde: 30/09/2007
Localidade: Taquara - Rio Grande do Sul
Mensagens: 27
 Re: Não sei quem sou!
Vim ler por indicação tua e gostei! Uma forma divertida de ver o quanto estamos envolvidos com assuntos, tão atarefados, pra terminar no arquivo morto. E já que foste bancário, lembro que havia uma revista do Banco do Brasil, aonde aparecia uma lista de ex funcionários ou algo assim e como a linha referente a cada um se tornava curta para os dados, no último retângulo destinado a escrever FALECIDO, se fosse o caso, escrevia-se apenas FALEC. Afinal, pra quem já morreu mesmo...
Beijos poeta!