Poemas -> Paixão : 

Dois sonetos à Ana Rita

 
É esta homónima paixão
que ainda me corre nas veias
que permite que ela teça as teias
que me aprisionam o coração

Do futuro: os Deuses o dirão
fazem-me crer que sou Eneias
e tu que constantemente me encandeias
que só me afastas da perfeição

Os ódios distorceram-me a razão
E o castigo: Auto-flagelei-me
com a espada da helvética nação.

E com uma meretriz que não tem perdão
em extremo desespero, deitei-me
cobrou-me o aniquilar da solidão.


Terá restauro a minha alma?
Serás tu a reconstrutora
ou quem sabe a recreadora
de uma nova chama que me embala

num pensamento que se resvala
numa latente paixão inovadora
de um poeta que em tempos fora
um sábio no domínio da fala.

Um déjà vu de seu nome Ana Rita
é uma donzela de clara rebeldia
de um poeta que nem chora nem grita

que apenas sofre com desesperante melancolia
nem quero reflectir o que isto implica:
Uma evidente carência de alegria.


João Pimentel Ferreira

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Domine, scribens me libero


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João Filipe Pimentel
 
Autor
jlpf
Autor
 
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Data
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1879
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