Poemas : 

Diante de mim mesmo

 
Diante de mim mesmo,
imobilizado
aproximo-me e falo-me baixinho.
Abre-se a Terra ao meio.
fende-se o Céu em dois e subtil fogo
gera no meu corpo
geometrias de silêncio incendiado.

Latejam em mim mil constelações
em galáxias longínquas doutros sóis
por descobrir.
Silhuetas que vagueiam sibilantes
rezam com vozes mágicas
mil e tantas orações.

De mim já nada sou.
Na paisagem irreconhecível
do desgosto
durmo nas águas inquietas onde navegam
os meus passos.
Medusas de mil desejos em que me dou.

de "O Livro das Inquietações"


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Autor
AlvaroGiesta
 
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Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 10/06/2009 09:58  Atualizado: 10/06/2009 09:58
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Diante de mim mesmo
"Sou prolongamento da fenda
que o céu abriu, candente,
no mar que um dia adiei...

...e no crepúsculo me abro,
abrindo-me ao meio intruso
da noite por descobrir..."

Você escreve bem, Álvaro...