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Pacto de Amor terno

 
Pacto de Amor Eterno

Era leitora compulsiva de best sellers. Todos os tipos. Ler, era como respirar após uma crise de asma, era o analgésico abençoado, aliviando aquela dor de dente, altas horas da noite.Sua prancha de salvação.

Porque a vida sempre fora ingrata com ela. Sua família viera do interior, viveram na periferia, passando fome, frio, ouvindo e vivendo todo tipo de humilhação.. A sorte jamais lhe sorriu, mas com suor e obstinação, as coisas foram melhorando aos poucos.

Mas ela ainda se magoava com a vida vazia, com os sonhos mutilados. Começara a trabalhar cedo, os estudos ficando para segundo plano. Aquilo era um dia ter um diploma universitário. Sabia que não tinha talento para escrever, escrever, mas descobrira que era boa em crítica, no grupo de leitura da internet da qual era sócia, sempre recebia bons elogios. Decidiu que se um dia fosse fazer faculdade seria de biblioteconomia. Adiava aqueles bibliotecários que não sabiam dar uma indicação de leitura.

O tema da leitura do grupo era suspense e terror e o escritor que Samanta conseguiu ter acesso nas bibliotecas foi Stephen King. Naquela tarde estava triste. Acabara de dispensar um rapaz de quem estava gostando porque descobrira que ele andava com uma arma na bolsa. Não queria mais complicações em sua vida. Mas, era muito chato deixar alguém ainda gostando dele. E tinha que ler as horripilantes estórias de King. Fuçaria mais feliz lendo José Alencar, algo como Diva ou A pata da Gazela, livros leves e com finais felizes.

Pegou logo dois exemplares porque a biblioteca ficava fora do seu percurso diário. Assim, ela podia renovar os livros via telefonema e só retornaria dali a vinte dias. Terminava a leitura de um dos livros quando leu um aviso nas costas da última página. O recado dizia que, se a pessoa que estava lendo, gostasse do gênero suspense/terror, ligar para o número rabiscado. Samanta não prestou atenção à princípio. Primeiro porque era perigoso sair assim, falando com um estranho. Segundo, porque na certa, o homem do recado estava interessado em trocar exemplares, e ela não possuía livros daquele gênero.. O nome do ignoto era Paulo. Ela conheceu alguns “Paulos”, eles eram bonitos, simpáticos. E ficou pensando naquele Paulo. Seria loiro, moreno, alto, baixo, branco, negro... novo, velho, agradável, antipático? Não sabia e nem tinha que saber. Mas, a semente da curiosidade começava a germinar e sem querer, ela se via especulando sobre ele. No fim do mês, voltou à biblioteca, mas sem poder controlar o impulso, anotou o número do telefone dele antes de entregar o livro.

Voltou tarde da noite para casa. Não jantou, tomou apenas um pote de iogurte. Sentou-se no sofá e pegou o pedaço de papel que estava no bolso interno do colete que fazia parte de sua farda. Ficou olhando-o, indecisa. E, se ele fosse um maníaco sexual? Ou membro de alguma seita. E, se esta fosse a oportunidade de conhecer o homem da sua vida? Quer dizer, quantas pessoas podem ter ligado, respondendo ao pedido daquele estranho? Por fim, discou o número. Havia cinco chamadas, se ele não atendesse a próxima, era porque ela devia desistir. Mas, ele atendeu e sua voz era rouca e firme.
__ Alô?
E agora, o que diria?
__ Oi, meu nome é Samanta Nascimento, estou com um livro do Stephen King e...
__ Ah! Você está respondendo ao meu apelo? É fã dele, gosta do gênero?
Ela sorriu nervosamente, ele parecia animado.
__ Na verdade, sou novata nesse gênero. Não me encorajei até agora, mas faço parte de um grupo de leitura, e estamos trabalhando com suspense e terror. Eu só conhecia o King por causa dos filmes que passaram no cinema.
__Para ser sincero com você, escrevi aquela mensagem em todos os livros que li, sou tímido para fazer amizades, é mais uma estratégia. Pouquíssimas pessoas me ligam.
Silêncio. Samanta não ouvia mais nada, só perdia-se naquela voz bonita do outro lado da linha.
__ Alô? Samanta você ainda está ai? Por favor, não me abandona! Meu telefone não tem bina!
__ Oh! Desculpe-me. É que lembrei que ainda não dei comida para o Goya, meu gatinho__ e era mesmo verdade, apesar dela ter certeza que Goya já tinha dado seu jeito.
__ Vamos nos encontrar? Já que somos leitores de best sellers podíamos trocar experiências, sei lá, topa, vai!
Talvez ela tivesse se recusado se aquele “topa, vai!” não lhe tivesse soado tão suplicante. Talvez ele fosse também alguém muito sozinho.
__ Certo, aceito.
__ Maravilha! Amanhã, pode ser?
Ela imaginou que se não fosse tão tarde, poderia ser ainda naquela noite.
__ Pode.
__ Pensei na praça Gonçalves Dias, está no teu itinerário?
Não, mas, justo amanhã era eu dia de folga!
__ Pode ser.
__ Às cinco. Adoro o pôr-do-sol visto dela, é inspirador!
Seria ele um tipo romântico?
__ Como faço para saber que é você, Samanta?
Ela vestiria um vestido azul, solto e comprido, e por via das dúvidas, estaria com um livro do Stephen King. Paulo não perguntou sua idade, nem o que fazia para viver. Era um homem de trinta anos, se descreveu com moreno, 1,70 de altura, tinha miopia e por isso usava óculos.

O sol estava se pondo cedo. Às cinco horas, o céu já começava a ser tingido pelo escarlate. Paulo viu, sentada num banco próximo á estátua do poeta uma moça bonita, cabelos amarrados num rabo de cavalo, rosto curto, olhos grandes e castanhos como os cabelos, tez amendoada, trajava um vestido azul e tinha um livro de King no colo. Ele calculou sua idade entre dezoito e vinte anos, e como ele tinha e expressão um tanto melancólica.
__ Olá, Samanta!
Ela ergueu o olhar e sorriu docemente. Não conversaram sobre livros, não naquele dia. Um mês depois, ele a chamou para conhecer sua casa. Era ajeitada, confortável. Ele era funcionário público e ganhava quase três mil por mês, o que era um ótimo salário naquele estado. Podia-se dizer que vivia remediavelmente bem. Mas, não era isso que agradava Samanta. Mas o seu romantismo, a sua paciência. Ele sempre estava tentando agradá-la, sempre sabia quando devia ficar em silêncio e a hora que só um abraço resolvia. Amava-o. Talvez fosse precipitado, mas sempre que gostava de alguém, tinha a sensação de que não duraria muito, que era algo superficial, volátil. Com Paulo, não tinha essa sensação. E que sentimento bom era aquele!

Quando sentiu que Samanta estava mais segura em relação à ele, Paulo a convidou para passar a noite com ele. No dia seguinte Samanta acordou com beijos sobre suas costas.
__ Oi, princesa.__ Ele lhe saldou com um belo sorriso cheio de paixão.__ Casa comigo princesa, vamos ficar juntos?
Ela o abraçou com força. Teria dito sim se um nó não tivesse preso em sua garganta. À noite, Paulo, parecia mais feliz que nunca, trouxera as alianças do noivado. Mas, antes propôs algo. Samanta achou estranho, desnecessário.
__ Um pacto de sangue? Por quê?
__ Porque é uma promessa de amor eterno. Como nos livros. Assim, estaremos ligados para sempre. Nada poderá desfazer nossos laços.
__ Mas eu te amo tanto! Tenho certeza que vou querer viver ao teu lado para sempre.
__ É só um ritual. Que mal há? Será só uma picadinha no indicador.
Que mal havia? Seria só uma picadinha.
__ Alma e sangue estão unidos substancialmente. Assim, eu me entrego a você, no corpo e na alma e você à mim. Ela perguntou-se se merecia tanto amor? Era como num sonho.

Seis meses depois eles estavam casados. Não viajaram em lua de mel, porque nenhum dos dois não obteve dispensa do trabalho. Quase dois meses depois do casamento, Paulo saiu à noite, queria comprar um vinho especial para acompanhar a lasanha que Samanta fizera. Era a primeira vez que algo feito por ela tinha um aspecto apetitoso. Definitivamente era uma ocasião para se comemorar.

Samanta preocupou-se coma demora. Esperou uma hora e quando se preparava para sair e procurá-lo, o telefone tocou. Ela marchou em sua direção,uma nuvem sombria turvando-lhe a vista. Paulo não voltaria naquela noite. Nunca mais. Foi baleado quando tentou socorrer um idoso que estava sendo assaltado. A morte foi instantânea.

Depois daquela noite, não houve mais luz em sua vida. Porque ninguém vive pela metade. Passava os dias mecanicamente. Do trabalho para casa, cama, trabalho. Nada mais fazia sentido. Era muito difícil ver os dias passarem, lentos e pesados. Sabendo que ele não voltaria nunca mais.

Já fazia um mês. Ela tentou ler algo, mas ler lembrava Paulo e ela sempre acabava chorando convulsivamente. Dormiu cansada de chorar. Talvez fossem umas três da madrugada. Sentiu mãos masculinas massagearem suas costas, subindo até seus cabelos, um movimento lento e reconfortante, só como Paulo podia fazer.
__ Oh, continue, sim?
Abriu os olhos devagar e foi contemplada com o sorriso expansivo dele. Acariciou seu rosto como se tivesse uma eternidade sem vê-lo.
__ Tive um terrível pesadelo. Sonhei que você tinha me deixado aqui, sozinha.
Ele a beijou nos lábios carinhosamente antes de responder.
__ Nunca, Princesa. Nunca vou te deixar. Estamos unidos para a toda a eternidade, d corpo e alma.
Ela sorriu. Que bom. Que maravilha. Encostou a cabeça no ombro dele e voltou a dormir.

Dois meses se foram e o tempo continuava na sua parcimônia. Numa manhã, enquanto verificava algumas planilhas, um homem parou à mesa e ficou observando-a. Incomodada, ela parou o que fazia e o encarou.
__ Oi Samanta, lembra de mim?
Claro que sim. Há pouco mais de um ano, ele a convidou para um cinema, só que nunca apareceu. Era a primeira vez que o via desde aquele dia. Mas, aquilo já não lhe importava.
__ Sim, como vai Celso?
__ Bem, agora. Não esqueci que te devo um cinema. Foi muito chato o que aconteceu, mas tive que viajar urgentemente para São Paulo, era minha mãe. Ela estava morrendo, mas agonizou até mês passado. Voltei ontem ,mas quero pagar minha dívida.

Ela pensou que não era certo ,afinal não havia completado nem um ano que Paulo partira. Mas, por ouro lado, não precisa transformar aquilo num encontro amoroso, e precisava mesmo de um pouco de distração.

Celso passaria na casa dela para pegá-la. Mas, novamente ela esperou em vão. Samanta só saberia dois dias depois, que um flanelinha o encontrou num beco escuro do centro histórico vítima de um ataque cardíaco fulminante. Mas até lá, ela achou que Celso abusava demais de sua boa vontade.

Esperou até tarde por ele até que desistiu. Ficou com Goya, vendo televisão. Foi dormir sabendo que só precisava fechar os olhos para cair no sono. Como todas as noites, Paulo viera até ela, em sonho, mas, em sua mente, era como se aquela fosse a sal realidade.

Paulo estava triste. Samanta quis confortá-lo sem saber o motivo.
__ Você não tinha o direito!__ Seu tom era de acusação, e sem mais uma palavra a tomou nos braços e a beijou com raiva, ela teve medo. Pela primeira vez, o beijo era um castigo, seu lábio inferior ficou ferido. Paulo a afastou e deu-lhe um tapa no rosto.__ Não faça mais isso, egoísta, eu te amo!

Samanta acordou trêmula. Acendeu a luz do abajur. Foi um pesadelo? Por que não conseguia lembrar? Sentiu gosto de sangue na boca. Devia ter mordido o lábio enquanto dormia. Levantou-se e foi ao banheiro. Se tivesse mirado o espelho perceberia a marca de uma mão no lado esquerdo da face. Mas, não olhou, porque era supersticiosa, tinha medo de ver um ente malévolo que quisesse puxá-la para dentro do espelho.

Voltou para a cama e teve a sensação de que sentira o perfume de Paulo. Então chorou. Porque a saudade era como chumbo quente em sua alma, doía e pesava. “Por que você tinha que partir?”.

Estava chovendo e Samanta havia saído tarde do trabalho. Àquela hora, o ônibus que circulava no seu bairro já tinha encerrado seu turno. Teria que pegar um táxi. Chamou por um, mas um homem à sua frente teve mais sorte. Ele pareceu percebê-la porque propôs que eles dividissem o acento.
__ Oi! Ainda bem que vamos para a mesma direção, não é?
Ela apenas sorriu com simpatia. Cruzou as pernas mecanicamente como fazia sempre, mas as descruzou quando percebeu que ele a observava.
__ Desculpe perguntar, mas qual o seu nome?
__ Samanta.
__ O meu é Marcelo, prazer.__ Ele lhe ofereceu a mão e ela a apertou.__ Seria mal interpretado se te pedisse o número do telefone?
Ela franziu o cenho, não sabia se devia, era um estranho.
__ Por que não me dá o seu?
Ele sorriu com tristeza.
__ Sei que não vai ligar e eu queria muito te conhecer.
Samanta suspirou e se rendeu. Ma, para mais segurança sua, deu o número do trabalho. Marcelo garantiu que ligaria no dia seguinte.

Quando ele estava já na rua indo alegremente para casa sentiu um golpe de ar. Seus olhos não enxergaram mais nada. Alguém pareceu perceber que ele precisava de ajuda e o levou para o hospital.

Samanta esperou em vão o telefonema. Era como se tivesse escrito no seu rosto: “Faça-me de palhaça!”. Goya estava estranho quando ela chegou em casa, depois do trabalho. Fugiu apavorado quando a viu. Trouxera um livro da biblioteca,mas, só em fitá-lo sentiu-se terrivelmente triste.

Naquela noite demorou para dormir. Quando aconteceu, estava emborcada, os cabelos longos espelhados pela cama. Acordou com um safanão e uma dor terrível no couro cabeludo. Alguém puxava com força os seus cabelos.
__ Ai!__Ele gritou assustada.
__ Por que você está fazendo isso comigo?__ A voz de Paulo era cortado por soluços.__ Como pode ser tão egoísta, eu te amo!
Samanta sentiu-se culpada, não sabia pelo o quê. Mas fizera algo que magoara Paulo.
__ Por favor, me perdoa. Eu não faço mais!__Sentiu a pressão diminuindo na sua cabeça. Samanta virou-se, ele estava com os olhos vermelhos.__ Eu te amo, não quero te magoar.__ Enxugou o rosto dele e jogou-se nos seus braços.

Tudo parecia ter melhorado naquela última semana. Samanta estava novamente na biblioteca, tinha desistido de voltar e ler. Era impossível não associar livro e Paulo, e era sempre doloroso lembrar dele. Já estava subindo as escadas encaminhando-se para a sessão de devolução quando um rapaz desengonçado esbarrou nela e derrubou todos os livros.
__ Oh, me desculpe.__ Ele a ajudou a recolher tudo e não escondeu sua admiração, ma algo dento dela a levou a ignorá-lo totalmente.

Ela passou cerca de dez minutos esperando na fila até que foi atendida. Havia já voltado para a saída quando viu um movimento anormal em direção aos banheiros. Olhou em volta e ouviu quando alguém dissera que um rapaz desajeitado havia escorregado e bateu com a cabeça na pia e ao que tudo indicava, tinha sofrido um traumatismo.

Pobre rapaz, ela pensou, mas também parecia que era de geléia, todo desengonçado! No entanto, algo pareceu sussurrar ao seu ouvido. E como se uma peça de dominó tivesse vacilado em direção às demais, e todas despencaram em simetria. No último fim de semana havia recebido o telefonema de Marcelo, ele lhe dissera que foi vítima de vândalos__ achava__ e seus olhos foram atingido, ficou um tempo sem poder enxergar, mas já estava s recuperando, disse-lhe que foi logo que se despediu dela, e que não percebeu a presença de ninguém. E Celso, que foi acometido por um ataque fulminante no coração, mesmo quando seu histórico médico não indicasse que tinha qualquer problema cardíaco. Havia simetria naquilo. Todos eles mostraram interesse por ela. Agora, ela lembrava dos sonhos, de repente, duas realidades se mostravam claramente à sua frente. Lembrou-se dos sonhos com Paulo, dos dias em que amanheceu dolorida e machucada. Voltou correndo para casa. Goya estava arrisco. Foi ao quarto, olhou aterrorizada para a cama, talvez ela tivesse só impressionada.

Foi ao banheiro, lavou o rosto, sentiu alguém atrás dela, levantou o olhar e não se surpreendeu ao ver a imagem de Paulo refletido nele.
__ Por que fez aquilo?
Ele a fitou zangado.
__ Você queria o quê? Que eu deixasse, que eles a fizessem esquecer?
Esquecer? Sentiu um tapa no rosto, uma força sobranatural a empurrou contra a parede, sentiu mãos nos seus braços sacudindo-a severamente.
__ Você me machuca tanto! Eu que fiz tudo por você!
Ele a estava machucando, ferindo-a, e seu terror aumentava porque não o via, apenas ouvia a voz queixosa, o peso das mãos violentas.
__ Pára! Você está me machucando, não tem o direito!
Sentiu que foi abandonada. Recolheu-se para o canto do banheiro, abraçando-se defensivamente.
__ Machucando você?__ Samanta atreveu-se a olhar para o espelho e viu Paulo refletido. Ele chorava derrotado.__ Perdoe-me, eu tenho medo, não quero te perder, não quero ter uma eternidade longe de você.
Samanta sentou-se mais corajosa, caminhou e ficou de frente ao espelho.
__ Uma eternidade?
Ele a fitou nos olhos. Era o olhar mais triste e solitário que já vira.
__ Nós somos um. Não lembra do pacto que fizemos? Por toda a eternidade.
Ela sorriu de felicidade.
__ Não precisa machucar ninguém. Estava me sentindo só, abandonada por você. Mas agora é diferente. Se for está ao meu lado eu não preciso de mais nada. Seu egoísta, nunca haverá uma eternidade entre nós, eu te amo!




Apenas uma pessoa que usa a literatura e o cinema para fugir desse mundo cão. Escrever é apenas um ato e exercício de liberdade!

 
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Helayne
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Enviado por Tópico
fcoferreira
Publicado: 11/07/2009 00:07  Atualizado: 11/07/2009 00:07
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 Re: Pacto de Amor terno
Belo conto, adorei...
meus sinceros parabens