Luso-Poemas
 
Poemas : 

O último sonho da noite

 

A noite habituou-se a mim
[…] uma vez acordou e disse deixa-me
dormir sozinha ao menos uma vez
na vida
não me apoquentes com os teus poemas
ensanguentados

A noite solitária de ninguém
também é minha
Hei-de doá-la em testamento a alguém
que saiba entender da noite
os seus segredos como eu

Noites breves noites longas noites de luar
noites negras como breu

Noites de orgias sequestros assaltos
noites de gritos e gemidos
noites mais feias e frias que a morte
sem luar nem horizontes
nem perdão

Noites à espera da força do esperma
da última erecção

Todos os textos publicados no espaço deste autor são idéia sua e de sua autoria e estão registados na IGAC

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AlvaroGiesta
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É preciso mudar
nos umbrais da noite, o sonho
À palavra que nasce sábia culta e nova
A sombra no silêncio de pedra
Ficaram apenas as memórias
Aleatórios
Ponto de encontro
Por dentro da minha idade fora
O poema cresce, inseguro
Meditação
42. (de Entre a Terra e o Céu - parte 2)
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Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 12/07/2009 13:11  Atualizado: 12/07/2009 13:11
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: O último sonho da noite
Maravilha de leitura!!
"A noite solitária de ninguém
também é minha..."
o ninguém aqui, que poderia ser 'aguém', dá mais abrangência ao poder do, ou desse, sonho.
abraço.

Maria verde

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 12/07/2009 13:49  Atualizado: 12/07/2009 13:49
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: O último sonho da noite
"A noite solitária de ninguém
também é minha
Hei-de doá-la em testamento a alguém
que saiba entender da noite
os seus segredos como eu"

Achei o seu poema de uma beleza enorme. Os meus parabéns.

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