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Carta 2

 
Entre as paredes brancas e frias do meu quarto.



Secret Passionné,



Em resposta as tuas delicadas palavras, venho dizer-te que vislumbrei cada linha tão perfeitamente traçada. Não posso esconder minha imensa curiosidade, já lhe digo de início, que assim sou, porém gosto do envolvente mistério que acercam os teus verbetes. A vida me fez um tanto distraída e talvez meus olhos jamais perceberam que há alguém que sorrateiramente acompanha meus passos. Tu falas de um amor maior e único, não sei ao certo o porquê desse sentimento tão cheio de volúpias.



Quero dizer-te que talvez não seja eu a merecedora de teus olhos apaixonados, mesmo assim, agradeço por ter agraciado os meus ao ler teu amor inventado, desdobrado nessa lauda. Adoraria imensamente ler várias cartas tuas, porém acredite, jamais tu me entenderias, sou um tanto arredia, inconstante e falta-me créditos ao amor. Penso que reflita sobre o que tu escreveste, outra, com certeza agradeceria de maneira mais doce e delicada. Eu, isso não fiz. Perdoe-me.



Já que tu me olhas, não percebeste meus olhos cansados e insones? O que podes imaginar de olhos assim? Pois bem, tua resposta eu já sei. Fecho-me ao amor, pra mim ele não há sentido. Talvez tu estejas querendo saber o porquê de enumerar esta carta também, trago-lhe a resposta, porque certamente só essas duas não serão. Meu caro, desculpe de antemão a rispidez de minhas palavras amarguradas, tu não mereces.



Devo confessar que há tempos não sorria. Tuas palavras, não nego, são envolventes e inebriantes, vejo uma doçura sem tamanho. Há nelas poesia, e eu sou toda poesia, mesmo tu ao leres minhas regradas linhas pensar outras coisas sobre mim. Envolvo-me nas palavras, vivo delas, faço versos como quem não sabe ao certo o que escreve. Fico cá, com minhas pesquisas, Jean Paul Sartre é minha ocupação agora, renego até os poemas de Pessoa. “Quando Sartre por um lado diz: “Todo tipo de relação humana está condenada ao fracasso” e por outro afirma: “O outro é o mediador indispensável entre mim e mim mesmo”.” O que estaria ele, referindo-se? Pense, somente para ti.



Agradeço-te agora. Reli novamente tuas linhas, realmente são belas, sorri por várias vezes, fez-me bem, um bem que há tempos não sentia. Guardarei com carinho a tua carta e deixo-te esta, escrita um tanto a fel. Perdão não deveria ser assim, não deveria...



Qui il inventer l'amour?





Beijo,



Jolie



Jey

 
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Jey
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Enviado por Tópico
GE3
Publicado: 23/08/2009 22:10  Atualizado: 23/08/2009 22:10
Da casa!
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 Re: Carta 2
Jey

estranha forma de começar pela carta 2...