A POESIA DA VÓNY FERREIRA
Um verso mulher caminha em sua alma!
Ela se despe dos hormônios e se solta:
Na suavidade da palavra casta, hereditária.
Ela deve ter nascido num dia especial:
Havia mais calor do sol, havia mais passarinhos
a cantar nos arvoredos e até o mar estava mais azul...
Havia também na ponta dos seus pequenos dedos de menina a palavra coragem!
O Altruísmo e clarividência revestiram sua alma
para mais tarde, já como a poeta vestida da mais bela roupagem...
Trazer ao mundo o seu viés mais sensível!
O amor!
(Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)
Vóny Ferreira, A poetisa do olhar profundo
SER MULHER ( A todas as poetisas do Luso)
Ser mulher é beber água da chuva...
Pelo gutural sentido da palavra.
É ter feminilidade como lavra
É labutar com o desejo das próprias curvas...
Ser mulher é sentir-se livre e consciente
Do que realmente quer pra sua vida
Pular muros com a força das pernas e da mente
E sorrir ao final sem ter medida!
Ser mulher é fazer do sol o seu poente
E cobrir de paz as suas retinas
E ter no corpo as marcas do amor
Ser mulher é sentir-se um beija-flor
Que voa por céus das silhuetas meninas
Ser mulher é fazer do amor seu confidente!
(Ledalge, SER MULHER)
A POESIA DO EDILSON JOSÉ
Basta ver o social numa janela,numa calçada
Quem sabe numa esquina de Sampa...
Quem sabe ver João e Maria na capela
Quem sabe ver a inanição? Não! O país sonhado!
Basta ver também uma flor no asfalto
Ser regada com suor e lágrimas
A poesia sucinta, sonhada, realizada:
Está nas páginas do teu peito!
( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)
Edilson José, O poeta do social
A POESIA DA VANIA LOPES
Uma constelação a habita...
Será poesia em extrema face?
Ou a ruptura da realidade?
Quem sabe sejam mesmo alados conflitos
A ditar o mel das suas palavras.
Heroína em palácios quotidianos
A poeta e a mulher em profusão.
O sexo frágil? Não!
O trilhar do batom rosa na face discreta
Passarela pelas alamedas da maturidade.
Se há sensibilidade? A mais pura verdade!
Por entre suas mãos o verso escorre casto,
perfeito e profundo como um planar concreto da ave!
( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)
Vania Lopes, a poeta da sensibildade.
O silêncio
A boca exalava a palavra que não vinha. Retida como disputa entre ego e sina. Lá fora, duras pedras a cair do céu; como sementes de linho a bordar a colcha fina. Dizer o quê? Nada além de sentimentos explorados à exaustão. Havia ali naquele breve momento um silêncio cortante, e tão feroz que chegava a arrebatar a minha alma poeta!
MEU ÚLTIMO SONETO
Eu quero sair do sonho pela porta da frente!
Com uma lágrima na boca e um sorriso na face.
Com o meu coração fluindo veias contentes,
Com flores finas levarei saudade!
Não chorarei, tenho a certeza!
De que plantei jóias de quilates,
Grandes pedras, em matizes d'arte!
Eu fiz amor, eu fiz beleza!
Amei os corpos que eu bem quis!
Eu fui poesia, eu fui feliz!
E agora saio de alma lavada!
Com lábios lindos, vago alada
Sou borboleta e finco a matiz,
Termino o sonho, corto a raiz!
(Ledalge, MEU ÚLTIMO SONETO)
A POESIA DA CAROLCAROLINA
Falar nela é falar do próprio cordel de anjos
Enlaçando seus braços no devir da paz
Seu canto é terno, sua inspiração selecionada
Como a menina que brinca com seus caracóis
Ou que se procura por entre os pirilampos.
Um dia quero vê-la caminhar de branco
Em voil a conduzir o verso ao templo da amizade!
( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)
Carolcarolina, a poeta da amizade
O FIM DO POETA
Sinto que minhas mãos se contorcem
E que minhas pálpebras se resfriam
Sinto que meus dedos escapam
Do domínio que muitas vezes os vencia
Sinto frio e minhas pernas cansaram
Não posso mais escrever um poema!
Não que a minha alma esteja pequena
Nada disso, apenas calo meus desejos
Puxo um manto de estrelas
Cubro meus pés com terna terra
A que me moldou como costela de Adão
Assim como um ventre me banhou
O choro, o grito me fincou no chão!
Tenho fome de dizer muitas coisas...
Embora perceba que meu tempo é limitado
Um dia me vi poeta
Foi quase por acaso
Vi uma folha
Tão alva como a lua
E fiz rabiscos
E fiz confissões
E cri que era grande
Um dia fiz chover palavras
Fiz ventar ares abstratos
Fiz amor
Fiz sofrer
Fiz nascer
Fiz morrer inúmeras frustrações
Hoje faço morrer uma semente
Com minhas lágrimas solitárias
Num cantinho obscuro
Duma terra úmida
Não faço mais nada
A não ser esquecer!
(Ledalge, 2009)
REVELATA
Um verso, um poema, uma luz, uma estrada
O caminhar sereno dos predestinados
O verso solto como cordeiros nos pastos
A lente do lente se retrata!
Em um teor feminino e iluminado
Como clarão de luzes ao infinito
A mulher-poeta que vence o cansaço!
E faz dos seus dias - fonte de mitos
Misto de menina e beija-flor
O sussurrar sereno como noites de amor
Vem trazer em seu bico o mel das fadas
E nos faz chorar de emoção
Quando desnuda seu terno coração
Nas suas poesias reveladas!
Ledalge, REVELATA
BELOS SEIOS
São tão belos e formosos os teus seios!
Como a neblina a beijar o mormaço...
Pontudos pêndulos dos anseios,
Profundos toques nos teus braços!
São como flores virgens na campina...
Como as piras das tochas insanas
São nervuras num coser de menina
São o pecado na languidez profana!
São beijados pelas bocas salientes...
Marmorizados pelos jatos de amor!
São raros, meigos, com pele de cor
Pêssegos de veludo emolientes
Onde o sol ejeta raios de tom
São tão belos esses teus seios!
(Ledalge, BELOS SEIOS)