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Doíam-me os poemas
nas suas páginas em combustão
alastrava a raiva dum fogo posto
Para o qual não havia água
Que o abrandasse
Lacrimejava-me o olhar
De tanto verso incendiário
- Quem é que via o meu sangue a arder ?
E se me perguntares:
Qual a razão desse impulso ardente
Dir-te-ei:
-Nunca soube em que ponto cardeal
O poema se cruza com a sua estrela ! ...
Luíz Sommerville Junior, Eu Canto O Poema Mudo, 120320141607
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Banco de jardim
AH!
Adoro pôr o til bem cedo pela manhã
Colocar um acento no café
Puxar da cedilha de um maço
E fazer uma bolinha no i de um livro
Cada letra sumida que eu corrijo
Me traz lembranças do passado
Me lembra que o dia de hoje é
Outra página para reler amanhã
E no banco de um jardim descuidado
Quando pela tarde se faz tarde
Pouso este meu livro para pensar:
"Onde irá dar cada estrada empedernida que o atravessa?
Que história é essa que contam por aí?
Que existem jardins mais lindos que eu nunca vi?
...Sentado eu fico. Escrevendo prossigo:
"Este jardim descuidado é o meu abrigo
E essas estradas eu adivinho que irão dar
A jardins, que como o meu, estão por cuidar.."
Aff!
Mais uma noite, mais um til no meu divã
Como sempre ligo os "és" do candeeiro
E chegando a cedilha ao meu lençol
Fecho o meu "livro" entre aspas
Sou o ser que tu receias
Sou como tu um poeta
tão selvagem de domar
Deixo a porta sempre aberta
por ela possas sempre entrar.
Serei um poema menor
verdade em ti escondida
Conheço-te pelo amor
preso estou à tua vida.
Sou a aliança fiel
dentro da tua razão
Estou vivo na tua pele
dentro do teu coração.
Sou o fruto apetecido
que tu provas e arranhas
Quantas vezes proibido
dentro de tuas entranhas.
Sou o ser que tu torturas
com orgulho e altivez
Sou alguém que tu procuras
dentro de ti e não vês.
Sou o poeta ferido
alguém que em ti germina
tantas vezes incompreendido
sou bálsamo em tua ferida
Sou a voz que te intimida
sou o ser que tu receias
Sou o sangue que percorre
teu corpo nas tuas veias.
Sou a lágrima escondida
no bater da solidão
Sou alguém que por ti suspira
dentro do teu coração
Sou um livro sempre aberto
que tu lês e não vês nada
Estou longe, estou tão perto
como tu de ser amada.
Sou o poema que lês
poesia sem alma sem vida
A tinta dos teus porquês
que te deixa assim despida
Sou a razão muito forte
que te faz chorar e sorrir
Sou o teu sul e teu norte
no caminho a prosseguir.
Sou em ti um prisioneiro
contigo sou vencedor
Somos dois um só guerreiro
unidos no mesmo amor.
E a chama que em nós arde
nunca se extinga jamais
Que este fogo nunca se apague
Se inflame cada vez mais.
A razão pela tua existência...
Cansei-me
Hoje prometi à minha alma
Que seria optimista.
Teria um bom ponto de vista
Do livro que agora fecho,
Com um sorriso na cara.
Escrevi-o com muito cuidado.
Tranquei-o a sete chaves mais uma.
Cansei-me de ter um sorriso falso.
Cansei-me de esboçar sorrisos
A quem não os devo.
Cansei-me de trancar tudo o que faço.
Haja rasto ou traço
Do que fui ou fiz enquanto o sou.
Usei todas as chaves que tinha.
Para abrir tudo o que tinha.
Mandei as chaves fora,
Para que não me fechassem de novo.
E li. Li sem parar.
Li até ao último poema,
Li até chorar.
E chorei. E sorri.
E por um momento na vida,
Fui verdade, fui derrotado,
Fui vencedor na perda reconhecida.
Vi quem era, vi quem sou.
Apenas não vi para onde vou.
Mas os versos que fiz e faço
Nunca o dirão.
Apenas me disseram
A infelicidade natural
Que enfrentamos todos.
E por um segundo,
Fui feliz porque sei
O quão infeliz sou.
Um Livro nas Mãos
O livro é uma porta que se abre,
É a chance de ver o mundo nas mãos.
Cada livro lido, por mim, por você
É um passeio pelas janelas do mundo
Onde se aprende a viajar,
a voar como anjos
e construir lindos castelos.
O livro é uma luz
para os cegos de conhecimento.
Não há presente melhor
do que estimular a leitura.
Sair da escuridão, ver a luz do saber
clareando os caminhos, e poder
participar do mundo competitivo,
é de fato gratificante.
Ensinar é dever do mestre...
Tornar-se leitor
É o caminho para o conhecimento,
É um ato de amor para consigo mesmo.
É construir pontes
Com passagens
Para um mundo melhor...
O mundo do saber.
Diná Fernandes (amopoesias)
O que eu queria...
O que eu queria mesmo na vida...
Era um simples atalho...
Que me guiasse ao monte,
Onde sentisse orvalho,
Onde enxergasse horizonte!
Um simples destino...
Que me levasse aos caminhos,
Aqueles que eu até imagino,
Aqueles dos teus carinhos!
O que eu queria mesmo na vida...
Era uma raiz mais profunda...
Que a chuva não arrancasse...
Ser mesmo primeira, não segunda,
A única que te completasse!
Uma cerveja sempre gelada...
Que não findasse o gosto da ilusão,
Ouvindo sempre a canção: És amada!
Aquela que escrevestes com paixão!
O que eu queria mesmo na vida ...
Era escrever um livro e bolar a capa,
Contando esperiência mesmo comum!
Desta vida, não pular nenhuma etapa,
Até as que não há personagem algum!
Era ter o mapa dos sonhos de criança,
Mapa da mina, tesouros de ouro!
Véus que vestem minha lembrança,
E dividem com você esperança no futuro!
08/01/2010
NOVO LIVRO!
Amigas e amigos da poesia,
Acabo de publicar um livro!! Após muita frustração com a falta de apoio a escritores iniciantes, especialmente dentro do universo da poesia, desisti das editoras e das gráficas, ou seja, da publicação material.
Resolvi, então, publicar independentemente pela plataforma Kindle, da Amazon, na forma de um e-book. Com 234 páginas, esta obra, de título FORA DO CENTRO, reúne poemas que escrevi nos últimos 7 anos, frutos de minha inquietude.
Num futuro próximo, espero conseguir a publicação física, mas até lá, muitos e-books precisarão ser vendidos, rs. Peço que indiquem a familiares, amigas e amigos que gostam de poesia. Este seu amigo poeta ficaria imensamente grato.
Para adquirir um exemplar basta seguir o link abaixo ou, no site da amazon.com.br, procurar pelo meu nome ou pelo titulo da obra. Qualquer dúvida, estou à disposição, me chame inbox. Espero que apreciem este trabalho. Sem mais, deixo abreijos.
https://www.amazon.com.br/dp/B01KVX8PMU
O LIVRO DA BRUXA E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Se instituto da liberdade de opinião não pode ser postergado, em seu nome jamais poderá prosperar o proselitismo ou a defesa de ideais espúrios. O exercício da plena liberdade propõe e necessita, porém de certos requisitos fundamentais entre os quais uma ampla visão histórica das situações enfrentadas para que os erros do passado não sejam repetidos. Também, o total conhecimento de todos os elementos envolvidos não desprezando de modo algum as suas aspirações e principalmente reações.
Os regimes totalitários têm medo da imprensa porque a liberdade de expressão quando difundida traz à tona fatos que desejam ver enterrados. Mas a luta pela liberdade não implica a destruição de todos os que pensam de modo diferente, implantando a repressão generalizada. Mais grave que isso, esse conceito pode ser e em determinadas vezes tem sido usado não para atender os justos anseios da sociedade, mas na defesa de interesses de grupos ou pessoas, geralmente os poderosos integrantes das elites dominantes que quando desejam manter seus interesses não abrem mão de quaisquer meios, inclusive a tentativa de manipulação dos meios de comunicação.
A divulgação de todo e qualquer pensamento não é fato imprescindível e condicionante da liberdade de expressão. A publicação de ofensas gratuitas, de fatos não apurados responsavelmente também não é condicionante da liberdade da imprensa. O que se nota atualmente é uma generalização e até banalização do conceito de liberdade de expressão. Nossa sociedade deve agregar a seus valores a serem defendidos o respeito às opiniões divergentes, aos comportamentos diferentes, ao individualismo, aos que se destacam das multidões pela forte individualidade.
Toda intolerância é burra e nasce das opiniões preconcebidas sem nenhuma análise e principalmente, sem nenhum conhecimento de todos os fatos.Essas opiniões podem ser alienígenas e de forma maciça serem introduzidas na mente das pessoas, de modo subliminar, mas eficiente. Trazem consigo a aversão sistemática contra os que se destacam ou diferem da maioria.
Conheci a ditadura e vivi sob ela. Também senti na pele os efeitos da intolerância, da perseguição e de como é difícil manter ideais diante dos reveses. Foi no início dos anos setenta que aprendi o que é a intolerância. Com ela percebi que vem junto o preconceito. Um padre da época denunciou durante um sermão que a minha companhia não era saudável para os jovens católicos pois era um ateu. Perdi amigos, vi fecharem-se portas, fui discriminado. E a única coisa que fiz, foi ter na minha estante um livro de capa preta, intitulado “ O Livro da Bruxa” . Para aplacar a sanha anti-religiosa, o fervoroso padre acabou por cometer um ato de preconceito. Pela minha irreverência quis que eu silenciasse. Não conseguindo, tentou isolar-me dos demais, afastar-me de seu rebanho, numa posição na qual não poderia oferecer nenhum perigo. Erraram os dinossauros hilariantes. Não me calei, ainda sou ateu e o livro está na minha estante.
No mundo novo que almejamos, os que não pensam como a maioria devem poder existir sem serem destruídos sistematicamente e covardemente posto que a ordem dominante move-se contra eles, premidas pelo preconceito e pelo pavor da mudança.Sob o pretexto da manutenção do equilíbrio da ordem dominante a ninguém é permitido sair por ai apreendendo o livro da bruxa, esquecido por acaso numa estante qualquer, este por que, por si só, jamais representará perigo. Somente passará a ser perigoso quando seu conteúdo for posto em prática de forma eficiente e sistemática.
Pode-se supor que a simples presença do Livro da Bruxa na estante seria reflexo da prática de feitiçaria? Nada há que apoie tais ideias. Somente as elucubrações maniqueístas provindas de mentes tacanhas. E a prova cabal disso é que existem milhões de livros sem que as teorias que contém sejam necessariamente e obrigatoriamente postas em prática e prejudiquem quem quer que seja. Jamais existirá uma sociedade justa sem o respeito à expressão dos divergentes.
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LM.remora é heterônimo de ©LuizMorais. Todos os direitos reservados ao autor. É vedada a copia, exibição, distribuição, criação de textos derivados contendo a ideia, bem como fazer uso comercial ou não desta obra, de partes dela ou da ideia contida, sem a devida permissão do autor.
Prefácio - Nas águas do Verso
Nas Águas do Verso é uma colectânea poética idealizada e coordenada por João Filipe Ferreira e Pedro Lopes.
Nesta obra é possível encontrar textos poéticos de 100 autores tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo.
Uma obra onde cada poeta expressa livremente as suas palavras, as suas emoções, visões e estados de espírito.
Em Nas Águas do Verso o leitor poderá navegar calmamente na beleza da poesia e da prosa poética, sem nunca perder o rumo, sem nunca se afogar nas palavras.
Com muito prazer, os autores oferecem-lhe esta obra que consideram ser tremendamente rica em poesia.
Sejam bem-vindos ao barco poético e, uma vez nele, desfrutem da beleza das Águas do Verso.
Escrever um livro
Escrever um livro é vivenciar a construção do mundo, o nosso mundo interior.
Publicá-lo é deixá-lo visível no universo e atrair para o mesmo vidas que o irão habitar, neste caso serão os leitores.
Estes por sua vez poderão construir outros mundos a partir do nosso.