Florbela Espanca : Árvores do Alentejo
em 23/09/2008 09:30:00 (6962 leituras)
Florbela Espanca

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não chorais! Olhai e vêde;
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!



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Enviado por Tópico
jessébarbosadeolivei
Publicado: 24/09/2008 13:43  Atualizado: 24/09/2008 13:43
Da casa!
Usuário desde: 14/09/2008
Localidade: SALVADOR, Bahia ---- BRASIL
Mensagens: 368
 Re: Árvores do Alentejo
ninguém melhor teceu a poética da pungência
de amar como florbela.

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