Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
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Re: MÚTUO REFLUXO p/ NitoViana
Nito, muito me alegra debater contigo justamente porque "tu és tu" e já apercebi-me de tua índole e tenho confiança e te dou toda a liberdade e com todas as letras, aqui, de me inquirires e me questionares da forma que tu quiseres, sem cuidados em explicares-te de porque o faz e ficaria mais chateado, aí sim, se assim não procedesses pois não estarias sendo "tu" comigo... rs. Entendo o teu questionamento e o aceito como finalidade, porém a visão quanto aos meios é que muda entre nós o que pode não ser tão relevante quanto parece, já que comungamos dos mesmos ideais, aparentemente. Parto do princípio que as mudanças devem ser individuais e que o resultado é inevitável se considerado no todo. Se as pessoas, individualmente, pensassem diferente esse horror do apedrejamento que tu descreves não aconteceria. A mudança estaria no, cada um, per si, compreender com todo o seu ser a animalidade do ato do apedrejamento. Acredito no indivíduo a serviço do coletivo e tu acreditas na educação social como veículo de mudança (não quero colocar palavras na tua boca e, se não for isso o que pensa, corrija-me por gentileza). Ao longo da história da humanidade vemos essas atrocidades acontecerem e acontecem por decisões individuais. Há pouco mais de meio século atrás 50 milhões de pessoas morreram por decisões de poucas pessoas, dirigentes. Cada cidadão envolvido, na maioria, porém individualmente, deplorava a guerra, cada um queria em seu íntimo a paz, e gostaria de evitá-la, no entanto, não foram capazes de mudar os rumos desta ignorância toda e a segunda guerra mundial, apesar de cada um (que seja a maior parte) ser contra, procedeu-se... E é fácil verificar-se que a maioria é contra a guerra, pois é só perguntar-se às ruas que de dez, dez dirão que a guerra é um horror abominável. Por isso que digo que as coisas, tomadas no coletivo, são o que são e não há o que mude... Porém se cada soldado, em seu íntimo, se recusasse a matar outro ser humano, por ter horror a matar o semelhante e tivesse convicção plena disto, como eu (porque não há guerra coletiva no mundo que me faça apertar um gatilho, apesar de existirem situações individuais em que apertaria o gatilho sem hesitações, inclusive em meio à uma guerra, por mais paradoxal isto pareça) quem faria o serviço de apertar o gatilho para a meia dúzia de dirigentes? Neste sentido é que computo o sentido de "falhas", pois não há consciência delas. Segue-se o fluxo e, quem é "mão" tem preferência... Está lá, no mesmo patamar, o homenzinho do meu poema "insipiente das próprias falhas" a embarcar nos "fluxos e refluxos" sem enxergar maneiras de não ser passageiro e, em verdade, nem preocupa-se com isso, pois enxerga-se senhor, jamais vassalo... Amigo, tu não sabes o prazer que tenho em trocar idéias contigo! Pena, como dizes, este espaço ser tão limitado para tal.
grande abraço mais uma vez! Gê
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