O balanço
Em uma árvore no alto da colina
Tinha um balanço que hoje é lembrança.
Lá ficaram os sonhos da menina
Se balançando em fantasias de criança.
A menina até ao céu cantarolava
E sua voz se espalhava na colina
Quanto mais o balanço balançava
Mais alto cantava a menina
A menina não sabia o q' era dores
Apenas se entretinha a balançar
Cantava sorrindo para as flores
E só com flores vivia a sonhar
Um dia deixou de ser criança
Mas não matou dentro del' a menina
Quis retornar a balançar naquela dança
Quand' o balanço já não está mais na colina.
**Amor ausente**
**Amor ausente**
Estar contigo é voar no céu da alegria
É mergulhar no mar repleto de emoção
Ouvindo os pássaros com linda melodia
Entoando para festejar nossa canção.
Vieste de mansinho sabendo me cativar
Com seu jeito alegre e cheio de carinho
Revelando-me a docilidade do verbo amar.
Contigo é amanhecer em estado de graça
Ouvir alegremente o pulsar do meu coração
Encontro em ti toda a magia que me abraça
Que me acalenta enchendo-me de paixão.
Vem comigo e viajemos nos braços da paz
Mergulharemos juntos na fonte da felicidade
Abraçados felizes em nuvens de esperança
Sentindo o reconforto e a leveza da liberdade.
Quero declarar que meu amor por ti é infinito
E me deliciar com todo o seu carinho
Em meu olhar verá todo amor que necessito
E saberá que nunca estará sozinho.
Estar contigo é viver de encantamento
Sem ti é me mergulhar no lago da saudade
Lágrimas dolorosas da tua ausência
Que o destino impôs na cruel realidade.
Kiss
inconfessável
mas sim. aqui o confesso.
prometo não fugir de novo.
sei que vou ficar, em silêncio, a mão guardada no fundo do bolso, da alma, do olhar, onde for.
serei a flor dos dedos de polpas sedentas, esperando, como antigamente.
[fazer de conta deixa cinza nos olhos e nos meus luta o mesmo fogo, procurando, sonhando a presença em que te procuro]
o esquecimento abre passagem
Corre o dia,
e uma luz coada entra pelas cortinas
antigas, a solidão me faz
companhia,
adensa a noite
e desarruma a minha mente
e assim a flor desfolha até às
pétalas finais, como o sol
que se apagou, derramando
um vazio que a destrói.
Transporto sonhos ante um inverno
que me espera, a solidão dói,
o esquecimento abre passagem
e cada lembrança é já indelével
imagem,
como casa desabitada, mofenta
arrasada, onde já ninguém responde
minha alma, anda não sei por onde!
Minha vontade, ainda
inventa versos como comida suculenta
que me faz bater o peito, e a saudade
traz-me de volta a menina
dizendo-me que sou a mesma d'outro tempo.
o tempo que vai e nada o pode deter
fica a palavra feita nada,
a vida voando para o poente
como a água, que não volta à nascente
natalia nuno
rosafogo
CORSÁRIO DA LUA
CORSÁRIO DA LUA
Marés e ventos
Que a noite embriaga
Pelas revoltas águas
Das juras
Sou corsário da lua
Na maresia fria do ar
A relembrar teu sândalo
Sudoeste ameno...
Ardem alíseos dolentes
A bufar nada perenes
Areia volvendo em balés
Eu cá. Pairando, sem fronteiras,
Velejando galés... Sou vaga sem eira...
Onda ligeira que morre em teus pés...
Doce lembrança
Um suspiro leve, doce lembrança
Em meu pensamento aparece
Melancólico e, penso que carece
De uma brecha que deixo na esperança.
Que fique mais e não dilua
Distraída em tal devaneio
Olhos se cerram e, no enlevo
Me deixo ,e no reflexo da lua,
Te vejo todo lépido, jovem e lindo
Dos tempos de nossa mocidade
Não tinhamos medo da idade
Sem pensar que o amor é findo.
Nereida
IMPORTANTE É VIVER
IMPORTANTE É VIVER
É tudo um sonho o que escrevo,
Ou palavras sem sentido?
Virá a morte e a medo
Verei meu sonho perdido?
Não sei se é mesmo verdade
Se estou da vida a me afastar
Numa febril ansiedade
de chegar...
Onde?
A nenhum lugar!
Abre-se a noite e desfaleço
Fico entre o Céu e o Inferno
Entre o real e o irreal permaneço
Entre o outono e o inverno.
Há sempre uma lágrima que o rosto molha
E sempre um pensamento incoerente
Sono leve como uma folha
E o passar do tempo p'la gente!
Sinto-me no limite da esperança
O tempo morre e morro eu
Resta em mim aquela lembrança
Dum tempo que em mim não morreu.
rosafogo
natalia nuno
Saudade
O nome é proveniente do Brasileiro,
Mas é sentimento que vaga o mundo inteiro!
E ao tentar traçá-la,
Desperta-me velozmente do imo
Adentra o pensamento e coração
E difunde-se pelo corpo com branda ilusão.
Saudade é o fazer sofrer da alma
E quando invocada
Faz-se ligeira na chegada.
E quando vinda à tona
Mesmo que por uma ingênua descrição
Machuca, fere sem qualquer afeição.
Saudade é quando nossa consciência íntima entoa,
Ao lembrar daquele gesto, daquele toque, daquela pessoa,
fazendo apontamentos palpitarem à toa.
Saudade é buscar alento nos sentidos
Ouvir vozes distintas sem um eco entoado
É repassar imagens como metragens
É sentir o toque sem ser tocado
É inspirar aromas sem odor algum
É contradizer com o cotidiano mesmo com tanto em comum.
Saudade é o poder que entra em cena
E instiga talentos da imaginação
É o atiçar de nossas frágeis carcaças
Fazendo-nos sentir a opressão estomacal
Fazendo oprimido, o pobre coração, de forma colossal
Fazendo a adrenalina exceder em nossas veias de maneira desigual
Causando-nos alucinógena comoção descomunal.
Saudade é o tentar atenuar pelo sonhar,
É fornecer alento para a vontade
Através da lembrança...
Tornando-nos ingênuos como criança.
Saudade é não poder tanger e vivenciar,
Apenas recordar.
Está sempre engatilhada
E mostra-se feroz quando invocada
A qualquer momento,
Visitando-nos através de um objeto,
Um lugar, sempre pelo indireto.
E para o desespero rotineiro
Não há tempo derradeiro
Aparece-nos o ano inteiro...
Saudade é o pressagiar
E às vezes, resulta-nos o chorar.
É o sentir e não poder possuir
É o querer e não poder viver
É a consciência do passado
Aguerrido, desbravado!
que aparece quando precisamos de atenção.
Vem, fornece-nos alento
E de brinde toda a emoção
Para reviver, despertar, chorar,
Amar e perdoar...
Mas faz bem em vir para amenizar.
É a saudade que comprova que amamos
Que nos importamos e retira-nos
Do modo inconsciente, mostrando-nos carentes
Da necessidade de gente,
Interligando sonhos, com um falso futuro à frente.
APENAS LEMBRANÇA
APENAS LEMBRANÇA!
Sabia que mais cedo ou mais tarde
Na solidão dos dias futuros
Haveria de soltar suspiros de saudade
Acendendo na memória, pedaços já escuros.
Nas horas de lassidão
Deixo-me esquecida do presente
Relembro imagens distantes
Esqueço do tempo os estragos
Fico ausente!
Na poeira do pensamento,
na leveza dos instantes
Deixo meus fantasmas amargos.
Do meio do nada
Surge a recordação em mim derramada.
Cada lembrança me traz o sorriso à boca
Cada palavra escrita é linguagem de criança
Lançada ao acaso, coisa pouca!
Apenas lembrança!
E as palavras ganham asas, são esperança
E me sinto eternamente viva.
A recordar...
As minhas raízes a que já não me posso agarrar
Mas às quais me sinto cativa.
rosafogo
Cada verso meu!
A ventania sopra suave a cidade!
As pedras, a chuva,o sol dizendo que é verdade,
Suspiro para que o vento passe por ti!
E que te leve essa lembrança de mim!
E naquele espaço da imaginação!
Com a mente amamos mas sentimos com coração,
uma idealização que nunca terá fim!
Sinto-me cheia com o amor que sinto,
Tenho na alma o soprar do vento
tal e qual como tenho em pensamento.
Guardo a magia nessa caixa do ser,
Pensando a globalidade da mente
Falo de acordo com as cores que quero ver,
Recordo o que escrevi e aconteceu!
Tal e qual como em cada verso meu...
A ventania sopra suave a cidade!
As pedras, a chuva,o sol dizendo que é verdade!
Suspiro para que o vento passe por ti!
E que te leve mais uma lembrança de mim!
Quandoachuvacai/acor