Poemas sobre droga

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria poemas sobre droga

AmIgA vAnIa!

 
V ALENTE
A MÁVEL
N ENÚFAR
I RREVERENTE
A MIGA

Para ti amiga vânia dedico
agora o meu melhor verso
e nele um belo caminho indico
e que vai daqui ao universo...

E te dou a paz no reverso
deste meu sonho tão pacífico
e o teu puro olhar disperso
com um sorriso o unifico...

Sou uma simples criatura,
mas todas as cores te oferto
para pintares com ternura
o mundo de tristeza liberto...

E nos dês o teu mar aberto
e o teu céu azul de loucura
e tudo tão longe e tão perto
no nu abraço que aqui perdura!

BEIJOS E ABRAÇOS SIDERAIS E MUITA AMIZADE E CARINHO DA AMIGA AO INTEIRO DISPOR,
Maria«*+*» «*+*»
 
AmIgA vAnIa!

DOCE E INEFÁVEL AMOR

 
DOCE E INEFÁVEL AMOR
 
DOCE E INEFÁVEL AMOR

Na minha ternura
E, doçura és um viajor...
Docemente sugas o néctar do meu amor...
Tatuando o teu nome em meu coração...
Me fazendo ancorar
No teu mar de emoções...
No veleiro da tua vida
Quero velejar...
Do jardim do teu perfume...
Quero o teu bálsamo oloroso...
Que me envolve a alma e entorpece...
Me embriagando de prazer...
Me trazendo você...
Me apetece a vida em gentileza...
Quero sempre comungar com tua beleza...
Pois, a natureza te fartou...
Do DOCE E INEFÁVEL AMOR...
 
DOCE E INEFÁVEL AMOR

Esta ânsia...

 
Esta ânsia...
 
 
Esta ânsia
Que me despertou
E me arrancou
Aos braços de um sono profundo

No qual
Prostrado
Sob as tábuas apodrecidas
P'lo tempo errante
E sem retorno

Onde me deitara esgotado
Jazia...

Numa campa fria
Qual cama desfeita
De sonhos
Onde só o corpo decadente
Ainda permanecia...

Sem alma
Sem vida
Ao rude abandono
Esquecido de tudo e de todos
Até de mim próprio...

Esta ânsia
Qual aranha venenosa
Que me picou
E me infectou o sangue
Que agora me corre louco
Nas veias

Esta ânsia
Que me desassossegou...

Ah! Bendita cura milagrosa
Que me ressuscitou
E me devolveu
O sentido da vida

Há tanto tempo
De mim
E por mim
Perdido...
 
Esta ânsia...

Um momento de SuRtO

 
Um momento de SuRtO
 
Todo ser humano surtará uma vez na vida...Hoje foi o meu dia...rs
 
Um momento de SuRtO

Baco & Tabaco - a dupla da chama

 
Baco & Tabaco - a dupla da chama
 
como farei para equilibrar
tanta paixão, tamanha arritmia
como farei para equilibrar
pouca razão, tamanha disritmia
neste coração, que angina,
nesta mente, que imagina,
com tabaco, amarga nicotina
chamo "Baco", fermenta esta vinha

como farei para equilibrar
quanta emoção, horas de estresse
como farei para equilibrar
tanta compulsão, fissura e prece
neste coração, que infarta
nesta mente, que tá farta
sem fumo, que louca abstinência
chamo "Tabaco", acende logo esta chama...

AjAraujo, em 6-2-15, ante o desespero de um fumante em abstinência de alcool & tabaco.
 
Baco & Tabaco - a dupla da chama

Lágrimas no copo

 
Lágrimas no copo
 
No teu copo
degustas a água-ardente da vida
mágoas que se transformam em raiva
lágrimas que escorrem n´alma

No teu copo
lutas por inundar a correnteza
na tormenta amortecida pelo álcool
que se infiltra célere pelas veias

No teu copo
solitário, fazes do trago companhia
no fiel escudeiro do uísque mais barato
da cachaça de origem duvidosa

No teu copo
mais uma dose, garçom, pra afogar
colocar debaixo do tapete frustrações
até entorpecer e ser carregado do salão.

No teu copo
já quase a molhar o colarinho branco
sente o alívio de chutar o balde
enquanto desce mais uma pela garganta

No teu copo
segredos a agitar o coração
na tormenta dos dias, primeira dose da manhã
para curar da ressaca e da abstinência.

No teu copo
sonhos que despertam a mente
na chegada da noite, no clima ébrio
nas tabernas, na dança das cores.

No teu copo
fluem desejos nos olhos vermelhos
no corpo já virando Torre de Pizza
na direção inevitável do banheiro.

No teu copo
nas mãos que se enlaçam sem ânimo
nas trevas que a libação leva
nas frases macias, na voz trêmula.

No teu copo
destilas os sonhos e fantasias
perdes toda a censura e compostura
adquires outra personalidade: ébrio.


AjAraújo, o poeta humanista, escrito em julho de 2010, a propósito do uso abusivo do álcool cada vez mais frequente e estimulado em nossa sociedade, junto aos jovens com propagandas milionárias.
 
Lágrimas no copo

As Rosas

 
As Rosas
 
***
As rosas
Mas,como eu, não desistiram de buscar o Sol
e o seu perfume ainda embalsamado,
clama por manhãs mais sinceras.
Deveriam então,sair pelas esquinas
entregando seus panfletos…
mas sabem que ninguém lhes daria atenção…
porque não sabem mentir. …
suspiram as rosas por dizer cada um de nossos nomes
sem esquecer nenhum.
Porque nasceram vestidas,alimentadas
e sem interesses…
a não ser, o de entregar-nos o seu perfume.
Assim, decidi que prefiro as rosas…
e votarei nelas e com elas, pedindo um pouco de atenção
Com certeza, não será voto perdido.
E será lindo ve-las desabrochar sem discursos
ou promessas…

***
 
As Rosas

A morte não tarda...

 
São as sombras que se arrastam na noite escura...
A vida que não se vive
Enquanto a dos outros adormece...

São as almas sem rumo
Que se passeiam pelo infinito
Do deserto das suas vidas... perdidas...

Fruto das escolhas malditas!...

Mais uma noite
Mais uma penitência
Mais um festejo de dor... sem amor...

E lá vou eu pela rua
Absorto... meio morto...
Vou de encontro a abismos... esquecidos...

Acho que me perdi no caminho
Não sei o que faço aqui...
Só sei que me perdi... de mim...

Avisto a morte ali ao fundo
A única certeza que me resta
Desta vida que não tenho

Perdi tudo... tudo...
Fiquei sem nada...um farrapo de gente
E ela não tarda...
 
A morte não tarda...

aLARGA A DROGAria

 
Se os detergentes
Chamam clientes
Como os Continentes
Do Belmiro,

Não corras a tiro
Quem te dá o dinheiro
A ganhar!
Faz o que o Belmiro faria!

É hora de chamar empreiteiro
E fazer obras para alargar
A tua drogaria!
 
aLARGA A DROGAria

Tua Amante

 
Tu eras o rapaz da rua
O mais temido
O que ditava as leis e as horas
Horas que para alguns
Foram de morte.
Eu apenas uma rapariga de família.
Um dia
Esperaste-me á minha porta
Pediste para me acompanhares
Eu, sem te olhar, sem te responder
Segui…
Tu ficas-te…
Sempre que chegava das aulas
Sentia-te
No meu percurso até casa.
Não te via, mas sentia-te…
Mais tarde,
Passas-te a ir ao meu lado
Mas do outro lado do passeio.
Passado um mês
Esperaste-me na paragem do autocarro
Pegas-te na minha mochila
E seguíamos os dois
Em silêncio…
Os teus amigos
Olhavam-me com respeito
E com medo...medo de ti…
Muito tempo depois
E de dias seguidos de silêncio
No percurso até casa
Disseste-me
Que eu era a tua princesa
Perguntaste-me se alguma vez
Poderia vir a ser tua
Eu, trémula…
Com medo que as minhas palavras
Te ofendessem...apenas respondi…
Que eu, ou alguém
Só poderíamos ser tuas
Se deixasses a tua amante
A amante que te possuía
Todas as noites
Sem tréguas…sem descanso…
Com as lágrimas nos olhos
(sim…estes rapazes também choram)
Fizeste-me promessas
Sem fim…
Na esperança que eu
Algum dia fosse tua.
Á noite depois de estares com ela
Sentia-te muitas vezes
Debaixo da minha janela.
E de manhã
Ao acordar
Tinha o parapeito da janela
Cheio de pedras escritas
Com juras de amor…
Sim…pedras escritas…
Com juras que nunca aconteceram
Pois ela era muito mais poderosa
Fazia de ti o que queria
Amava-te na rua
E deixava-te estendido
Até acordares
Com os olhares de quem passava
Pela manhã.
Só aí te refugiavas
Só aí sentias…a vergonha.
Muitos meses se passaram
O ritual era sempre o mesmo…
Até que um dia
Deixas-te de vir ter comigo
Á paragem do autocarro
Nessa noite
Deixaste-me uma pedra
Com uma mensagem
Que dizia…
“Serás sempre a minha boneca
de porcelana…passo…olho-te…
mas não te posso tocar se não
deixarás de ser a mesma pois
as minhas mãos vão te destruir”
Nunca mais te vi…
Passaram muitos anos
E deixei de ouvir falar de ti
Mas todos os dias oiço falar nela
Da tua amante
Pois ela é a viúva amante
De muitos rapazes como tu.
 
Tua Amante

GERAÇÃO PERDIDA

 
Vínhamos todos juntos desde os primeiros
dias de escola,
desde os nossos seis anos, amigos para sempre:
dissemos e assim foi pela vida fora,
até que esta nos separou uns dos outros
no auge da adolescência.

Tudo tinha começado numa comunhão de
amigos, querendo experimentar a vida e o que
ela teria para nos oferecer. Ofereceu-nos a
droga como possibilidade, onde todos podíamos
partilhar dos mesmos pensamentos e ilusões.
E corria de mão em mão o cigarro de haxixe ou
de erva e à noite tomávamos pastilhas que nos
alterava o nosso estado de espírito,
o que fazia com que os dias de trabalho se
suportassem melhor e de forma mais harmoniosa.

Curioso como não há, o flagelo se aproximou,
em passos estudados de mim, e uma seringa com
cocaína me apresentou, ao que eu repetia para quem
me quisesse ouvir: que era só para experimentar.
Desde esse dia meus treze anos, não mais parei,
e à cocaína juntei a heroína, minha tragédia por longos
anos. Alguns amigos vieram comigo, muitos tive nos
joelhos em colo até ao seu último suspiro. E não mais
regressaram: meus queridos amigos de escola, lá
onde eu aprendi o que era companheirismo e amor aos
amigos – de que me valeu, eles que se foram e eu que fiquei?

Pesando quarenta e cinco quilos aos vinte e seis anos,
dentes todos podres, agressões verbais e não só (por
parte da polícia, que não corria atrás dos grandes
traficantes mas daqueles que vendiam para um bandido
qualquer, para poder ter a sua dose diária), era presa fácil
dos corruptíveis, vestindo uniformes e bebendo álcool,
que qualquer um podia cheirar à distância, e não eram
repreendidos por isso, descarregando todo o seu
atrofiamento nos que nada mais faziam do que
sobreviver ao seu vicio.

E já só segui minha vida de toxicómano, dentro de
uma sarjeta,
que assim me via e queria, tal a revolta que nutria
por mim mesmo.

Muitos mais anos se passaram, trinta e
dois anos ao todo, até que não podendo mais disse
basta, com meus olhos virados para o sol, onde
incandescia de novo a fogueira da vida
e senti uma vontade imensa de viver novamente – o
passado ficou lá atrás, o ensinamento comigo, o qual
não largo e transmito a todos a minha experiência.

Jorge Humberto
11/11/09
 
GERAÇÃO PERDIDA

O cigarro da pena

 
O cigarro da pena
 
Fumo o cigarro da pena
Que eu tenho de quem lhe dá uso
Engasgo-lhe a morte
Nuns pulmões negros de fumo
A consciência não basta
Impõe-se a vontade
Enquanto é tempo

Sufoco na asma crónica
Mas prossigo o gesto
Chupo as pastilhas
Tomo o xarope
Para a catarreira

Agravo a sorte
Sou-lhe consorte
Engano meu!

Um dia eu quero
Mas já é tarde!
O diagnóstico
É a realidade

Se me arrependo?
Nem eu o sei
Fiz o que quis, em consciência
Mas o pior é o sofrimento
Malgrado a vontade
Companheira da desgraça
Vai uma última passa?

Desculpem-me os que cá ficam
Pela dor que vos causei
Pelo fumo que involuntariamente inalaram
Sem nunca de mim se cansarem
Devo confessar:
(Ainda assim vou feliz!)
Pois, faria tudo outra vez!


Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
O cigarro da pena

Vou fumando o cigarro da saudade

 
Para mais agravar a minha dor
que maltrata que só um enfisema
a bronquite na fase mais extrema
e o derrame que causa o estupor
acendi um Marlboro sem pudor
desejando fumar sem pensar nela
Mas sem ter acabado a cartela
eu percebo já com perplexidade...
Vou fumando o cigarro da saudade
e a fumaça escrevendo o nome dela

Sem jamais esquecer que a nicotina
que eu trago dá câncer na laringe,
na bexiga, nos rins e na faringe,
a trombose, aneurisma e angina,
que também o tabaco contamina
com doença fatal ou com seqüela,
sem falar que existe erisipela
ou infarto maior em gravidade...
Vou fumando o cigarro da saudade
e a fumaça escrevendo o nome dela

Tudo aquilo que é chamado vício
sempre traz a promessa do prazer
Mas o vício aumenta sem trazer
pra saúde sequer um benefício
Quando o gozo se torna um suplício
numa grossa corrente se revela
e na dor punitiva que flagela
o seu corpo sem dó nem piedade
Vou fumando o cigarro da saudade
e a fumaça escrevendo o nome dela

É o corpo que sofre com cigarro
com a hérnia, gangrena e rinite,
catarata, halitose ou gastrite
por efeito do fumo e do sarro
Alternando soluço com pigarro
toda hora passando na goela
eu não quero pensar que é mazela
mas respiro já com dificuldade
Vou fumando o cigarro da saudade
e a fumaça escrevendo o nome dela
 
Vou fumando o cigarro da saudade

O Vício

 
Eu pedi mais um trago
Pois eu trago pra ti
Eu trago pra ti mais uma canção

Faz parte do destino, faz parte
Da minha história - faz parte
a parte que me cabe nessa situação

Não é parte de um filme
Me parte, sem comercial
Sem clichê, romance astral
Bomba relógio, droga ilícita
Você é meu vício...
E eu insisto...
Que droga! Eu insisto!

Faz parte do destino, faz parte
Parte de mim, algo que me parte
E partes, sem ao menos dizer "tchau"

Sem poder, sem pudor
Sem frase nenhuma
Um ponto final
Ponto final da partida
Faz parte de um todo
E não é quase nada
É um vício... Eu insisto!
Eu existo!

Algumas referências a banda Engenheiros do Hawaii... acho que vale ir lá pescar as intertextualidades.

Abraços a todos!
 
O Vício

Filhos da desgraça

 
Rostos magros
Martirizados…
Olhares sem brilho
Agonizados…

Vidas sem esperança
Cambaleando pela rua
Alheios ao que se passa
São os filhos da desgraça…

O desespero…
Uma dose que falha
A violência…
Da dor que se espalha

Naqueles corpos enfraquecidos
A alucinação…
Da realidade utópica
Na sociedade dos esquecidos…

Amores que arrefeceram
Valores que já se perderam
Vergonha desconhecida
Fruto da miséria
Em que estão inseridos
E que lhes faz esquecer da vida

Tragedia …
Perseguição…
Famílias amedrontadas
Famílias desmembradas
Pelo veneno da dependência
As mortes anunciadas…
 
Filhos da desgraça

Os Cigarros de Irene...

 
Bem sou a tosse seca, o desprezível escarro!
Sou eu os alvéolos mais necrosados, oh Irene!
Sou eu as baganas dos cigarros
Que tanto amortalham o teu corpo doente...

Sou eu, e tanto, e mais, o execrável cigarro!
Sou eu que te fere o corpo à alma lá no fundo!
Sou eu o rouco gemido!...Sou eu o pigarro
Que tanto interrompe o teu sono profundo...

É muita, e tanta a fumaça que no quarto flutua:
- Um!...Dois!...Três!...Quatro cigarros!
Irene os acende, assim, com desenvoltura
E cospe no assoalho o verdor dos catarros!

Dos lábios te vou sufocando num finado beijo!
Das mãos, te vou ao pulmão num trago!
Na vida, sou teu último desejo!
Na morte, sou teu último escarro!

(® tanatus - 18/04/13)
 
Os Cigarros de Irene...

Sarvar-lhe-ei da tentação

 
Sarvar-lhe-ei da tentação
 
Acaba-te com tua vida
Nesse mundo que te assombra
Ao som das noites alucinantes
Que passas embriagada no álcool
E endoidada nas malditas drogas.

Escuta-te os teus amigos
Que não se importam e nunca se importarão contigo...
Aceite o que lhes oferece, prove mais um pouco
E nada mais lhe restará.
Somente uma vida vazia e dependente.

Magoe aqueles que te amam
E que verdadeiramente se importam com você
Eles são uns bandos de idiotas, que se preocupam... Ainda.
Vão te dar a mão, a ajuda para ti,
Trazer-te de volta a realidade... Tudo o que mais quero.

Entrega-te de corpo e alma a salvação
Quero lhe mostrar a ela, tirar-te deste mundo maldito
Que a tanto já sentiste o sabor, agora não mais.
Abrace-me na imensidão do meu amor, minha jovem
E nada mais serão delírios insanos. Somente a realidade da nossa paixão.
 
Sarvar-lhe-ei da tentação

A UM DE ABRIL DEZ ANOS SEM HEROÍNA.

 
A UM DE ABRIL DEZ ANOS SEM HEROÍNA
(viver livre, ser livre e ter o direito de escolha: a vida)

Chegou o dia em que as veias de há muito ofendidas
de tão maltratadas, aço contra aço, se debatiam.
Nos braços esmagados, que nos olhos lágrimas vertiam
Por não arranjar já onde enfiar a seringa: agulhas partidas.

Nisto, a ressaca aumentava, e as veias- distendidas
assentiam, mais e mais a agulha, que acometiam
umas e outras, a ver destas quais consentiam
enfim, na carne rasgada, quais em sangue eram diluídas.

Após o *chute, tudo serenava e tudo se calava.
Vinha a coceira ao nariz, sorriam os olhos
Ainda aos braços sanguinolentos nas mãos assentava.

Por esta altura já buscava as veias no pescoço;
pois que as demais tinham *vidrado como escolhos;
escondidas por negras autoestradas como num esboço.

Jorge Humberto
03/12/20

Santa-Iria-da-Azóia
 
A UM DE ABRIL DEZ ANOS SEM HEROÍNA.

Vida sem luz

 
Vida sem luz
 
É uma vida só e triste,
Aquela vida sem sol e sem luar,
Aquela vida que quase não existe,
Corpo que vejeta,
Que tomba a soluçar numa valeta.

É uma vida que já ninguém aceita,
Que a própria família já rejeita,
E a quem não se permite nem sequer sonhar...

É a vida que foge da sociedade
E que pela força do destino,
Ou p´la própria vontade
Escolheu este caminho...

Vida suja,cega,routa,
Onde a esperança já é pouca,
Mas a raiva, essa sim,é louca,
É exigente,
É sócia da amargura dessa mente.

Tudo troca,
Pela droga,
Até mesmo o desejo de ser GENTE!
 
Vida sem luz

Não!...Não Deixem!

 
Já rebenta, no meu peito, a vontade de viver,
Pois que o funéreo prazer pelas veias se esvai!
São essas as lágrimas doridas de um sofrer...
São esses os gozos febris de uma vida fugaz!

Bem sei que esse mal há muito me destrói!
E passo a vida com passos tão loucos e só!
Vou definhando aos pouco!...Como dói
Ter a alma diluída na brancura desse pó!

Não!...Não deixem que me veja a namorada!
Que se lembre de mim como eu era!
Não a deixem ver minha face descorada!

Imerge meu corpo num langor entorpecido,
E esvaindo-se a vida, a morte impera,
E vai acariciando meu cadáver enrijecido...

(® tanatus - 24/02/2009)
 
Não!...Não Deixem!