Oh Afonso que foste tu criar,
um país que vive virado para o mal.
Filhos matam pais para poder comer,
pais matam filhos com medo de morrer.
Outrora um país de grande glória,
glorificado com o sangue dos de fora,
agora um país que vê o tempo sem hora,
um reino sem rei como ele um dia fôra.
Meu Portugal, que nunca foste muito meu,
para além do chão onde o meu avô morreu,
nada fizes-te para salvar nenhum dos meus
é ser português sem ter amor aos seus.
Levantas as armas contra o teu povo,
dás riqueza àquele que te come o ouro,
Portugal, como ficas-te louco,
queres ser português, com a espada de um mouro.