Bloody Mary
sou o embaço que teus olhos rondam
e que tu’alma apalpa perdida das mãos.
sou infinitos pontos escurecidos
viajando dentro de outros pontos
voadores coloridos
como um átomo perdido
do universo molecular
estou à deriva num dramático
vermelho ‘bloody mary’,
mascarado pra confundir
reinados
sou coquetel
ardente e salgado
apimento
desagrado
seduzo
poucos
são os apreciadores
desse gosto
ainda assim... bebes-me
ardendo o ranho
de tua garganta
só pra sentir meu paladar
e tentar me compreender
mas,
embriaga-te antes
sem que possas me saber
Versos de Amor 1
"Amor versus poesia"
*****************
Os versos de Amor falam sempre de Amor?...
Ou será que podem falar seja o que for?!...
Fará sentido escrever sobre esse Amor,
Com o peito distante de tal sentimento?!...
Quando sinto raiva, desprezo ou algo pior,
Não faz sentido servir palavras para alimento!...
E se a mim próprio eu conseguir enganar,
Terei se suster estas consequências.
Mas... Como gerir palavras atiradas ao ar,
Só por que caem bem nas consciências???
Questões que mesmo a um louco
Soam a muito, sendo tão pouco!...
02.03.2010,
in "Diário de um poeta louco"
por Edu Loko
Anti-Poema de Amor
O
= O meu
== O meu céu
=== O meu céu está
==== O meu céu está sem
===== O meu céu está sem o
====== O meu céu está sem o teu
======= O meu céu está sem o teu Céu
======== O meu céu está sem o teu Céu e
======= O meu céu está sem o teu Céu e sinto
====== O meu céu está sem o teu Céu e sinto-me
===== O meu céu está sem o teu Céu e sinto-me cem
==== O meu céu está sem o teu Céu e sinto-me cem por
=== O meu céu está sem o teu Céu e sinto-me cem por cento
== O meu céu está sem o teu Céu e sinto-me cem por cento ZER0
= Para o teu Céu ser o meu Paraíso tenho de trabalhar para isso
== Para o teu sonho ser o meu Sonho tenho de sonhar forte
=== Para a tua canção ser a minha Canção tenho de ousar
==== Para a tua luz ser a minha Luz vou ter que brilhar
===== Para a tua paz ser a minha Paz há que voar
====== Para o teu amor ser o meu Amor lutarei
= No cérebro uma palavra
== Lutarei! Lutarei! Lutarei!
=== Mas eu não gosto de lutas
==== Lutas lembram-me a Guerra
===== Tenho tanto medo da Guerra
====== Não quero Amor à custa da Paz
======= Escolho determinadamente a PAZ
======== NÃO QUERO QUE TRABALHEM AS PÁS !!!
===========================================
============================================
== 23.11.2007 == H3nr!cAbíl!o
Vida complicada - até para morrer!
Uma Corda, resolve o problema;
Mas... e o meu nobre pescoço?!
Uma Arma, em mão que não trema;
Mas... e o sangue nas paredes?!
Um gole de Veneno, como no cinema;
Mas... e o meu frágil estômago?!
Um Precipício, como solução extrema;
Mas... e a minha acrofobia*?!
Vida complicada (podem crer!)
... Até para morrer!...
NOTA: *acrofobia: Medo dos lugares muito altos; Fobia às alturas.
14/01/2008, NelSom Brio
in Poemas Curto(-o)s
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1246343
Sugestões sem realismo
Sugiro que cortem todas as flores
se arranquem as folhas verdes das árvores,
se fechem todos os frascos
que produção odores perfumados.
Sugiro que se pinte de cinza
todos os edifícios da rua,
no alcatrão negro
se apaguem os riscos brancos.
Sugiro que os transeuntes
se vistam de luto com mangas compridas
no peito se coloquem cadeados seguros,
se silencie os motores de todos os veículos
calem-se todos os ruídos dos rádios.
Ah!...Ainda,
não se toquem os olhares
nem se observem gestos alguns.
Cubra-se o céu por mantos negros
para que
o sol não possa perfurar,
assim, não exista espécie alguma de cor.
Quando a noite chegar…
Aí, sim!...
As estrelas podem brilhar
somente elas!...
Mais nenhum cometa se intrometa…
Sobrevivam assim sólidos e sóbrios…
Ah, é verdade…
Esta é a rua que nunca hei-de passar!
Beloved" title="http://www.ijigg.com/songs/V2A0BAF4PB0'>Beloved" rel="nofollow">http://www.ijigg.com/songs/V2A0BAF4PB0'>Beloved Katy's music - by Yiruma
Sou-te pela encruzilhada
Sou-te pela encruzilhada que se apodera de nossos poros,
Gotas de suor numa escada infinita que sobe.
Pé ante pé, me descalço,
Desmancho meus fios de cabelo
E me desperdiço de ti
A cada verso, que vá perdê-lo!
De que serve viver-te por aqui,
Se a cada respirar meu, passo em falso,
És tudo o que já foste,
e o voltarás a sê-lo.
Horizonte de loucuras imaginárias,
Calçada subida, tortura temida.
Por dentre respirações entre-cortadas,
Ouve-te dentre as cantadas
Que velhas carcaças ousam cantar...
Por onde andas, fim de linha?
Quase que diria que ouvi o meu nome,
Naquela tua voz doce, distante.
Quanto horizonte, quanto renome
Tu te vestes, Ó Destino.
Seja insano, sem lógica.
Que tudo se transforme numa poça,
Dentre esses passos que sobem a escada.
Por onde caminharás tu,
Diante desta encruzilhada?
Versos de Amor 2
[Por Amor às palavras]
Hoje escrevi palavras que não eram minhas
E que foram colhidas na brisa que passava
- Como quem segue em caminhada dominical.
Eram palavras belas - como sempre são as palavras,
Apesar das inúmeras gargantas que as maltratam -
E elas foram a Luz que trouxe a paz ao instante.
Hoje as palavras transcenderam-se em mim,
Pois continham no seu âmago as emoções
Que devem (re)vestir o íntimo das pessoas.
Tentei agradecer à brisa que passava
Este relance do nosso Paraíso perdido,
Mas já a brisa seguira para outra missão...
Para registar a minha glória,
Ficaram estes versos - um acto de Amor! –
Nascido de palavras que não eram de ninguém!
03.03.2010, Edu Loko
In "Diário de um poeta louco"
------ UM FELIZ DIA DA MULHER ------
******* Abílio Henriques *******
mística
espalha-se em cama inquieta
cabeleira da lua
profanando ondas
assombrando praias
com uivos d'águas
vai alardeando o céu
caldeira platinada
mandigando sedução
pelas curvas da madrugada
netuno, nereidas e ninfeias
dançam na fúria espiralada de névoas
cavalgadas por seres marinhos
em dorsos perolados de nuvens
pós mágicos se derramam
ás sereias e ninfeias
num marejar de orgias
com deus-mar
pre-a-mar
e.feito da hipnótica
magia
da lua cheia
de magnetismo feiticeiro
mística poesia
Contrapartida
Desconcerto
É o que governa a minha vida
Descrença
O que sustenta a minha angústia
Degredo
O que proclama a minha morte
Dilúvio
O mar que acolhe as minhas súplicas
Desamor
O nó que trago na garganta
Por ti dei tudo
Desprezo
O que não pedi e recebo em troca
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
Escalada
estremeço...
porque a madrugada é
fria quando subo montanhas
em busca de alento
pra não padecer
junto à esperança
agonizando no tempo.
empurro
os olhos para o pico
lá estão sentimentos
capazes d'ainda fazer sonharem
iris já embaçadas
miro constelações
nesses caminhos rotos
(des) paginando
um céu inteiro
de quimeras em rabiscos
molhados de janeiros -
tolas paixões de chuva
apagando vestígios
de emoção...
escalo ápices
com um mapa falido
nas mãos
... sim_________
escalo a mente,
c' alma pendurada
na gélida insônia
querendo
alcançar um cume...
mas as montanhas que agarro
são todas feitas de nuvens