Vejo uma criança na rua,
Com o coração na mão,
Tanto dorme na cama, como já dorme no chão,
Tanto sente a morte que é sua, como dor que é tua.
Vejo o coração e percebo que não é meu,
A criança aperta-o… magoa, mas não doeu,
Volto a olhar para a criança, mas que sentimento este que me deu,
Olho e apercebo-me que a criança sou eu.
Paro de olhar para o passado,
Mas lembro-me de quando tudo ardeu,
Cai-me uma lágrima do olho,
Quando penso que tudo aquilo era meu.
Tenho saudades daquela criança,
E que saudade que me deu,
Mas também tenho medo de o que a criança sofreu.