Carta de Despedida Número 03
Carta de Despedida Número 03
Belém, 15 de janeiro de 2009.
Despeço-me do castanho dos teus olhos que me enfeitiçaram de afetos e temores. Sou ave para quem o céu é muito azul para pouca asa.
A imensa distância que de mim te separa, não me permite ir além do fulgor que emana do teu olhar, e, das frases de amor que ouço dizeres para mim de onde não te vejo, mas sinto como se aqui...
Tenho que me despedir do castelo de cristal - aquele que julguei ser de diamante - sem suspeitar-lhe a fragilidade. Em pouco tempo tornou-se cacos sobre onde eu caminhei com passos lentos a ferir e sangrar os pés.
Solto as amarras do laço rubro e florido que por momentos atou nossos destinos. Para ti não era para sempre... Enquanto julgo que nem o éter é tempo suficiente para que eu esqueça àquilo que és e foste para mim!...
Predestinada a vôos mais baixos, prefiro que me cortem as asas antes que eu não chegue aonde sei que não estarás.
Bater adeus é cansativo! Tenho punhos e braços doloridos de tantos acenos que a vida me levou a dar. Se nessas mãos cheias de tantas palavras, ainda me restarem forças e eu conseguir lançar da pena um punhado de versos, tentarei te escrever um último poema de adeus...
by Betha Mendonça
NÃO ESQUECE
Não me olhe como se fosse a última vez
Já cansei de despedidas
Olhe-me com certezas de um até breve
Como uma promessa selada mesmo com um tímido sorriso
Acolha meus sonhos em caixas douradas
Nas gavetas do seu coração
Que eu possa ser uma gota talvez, mas preciosa
Como a última num deserto de sal
Ou a fresta de luz de um quarto sem janelas.
Vá, mas não esquece que eu sei amar
intensamente
E isso não foi esquecido
Que mesmo o amor não germinado
Pode viver como semente aguardando a propícia estação...
Poema do Adeus
Poema do Adeus
by Betha M. Costa
Quando tu acenas-me um adeus,
E o vento a tua amada mão balança,
Vais para tão longe dos olhos meus,
E nem mais o meu coração te alcança…
Causas-me terríveis mudanças,
Sensações gigantes viram pigmeus,
Quando tu acenas-me um adeus,
E o vento a tua amada mão balança.
Ah, lágrimas em meus olhos ateus!
Em longa, fria e melancólica dança,
Morre como indigente o velho Deus,
O nosso amor fogo e festança,
Quando tu acenas-me um adeus.
(republicação)
Poeta?..Talvez..
As lágrimas caíam tímidas,
O olhar baixo de uma melancolia imensa,
Pedindo, não digas adeus, não digas.
Fica, não me empurres de novo para a solidão,
Não vás, deixa essa porta entreaberta,
Não te canses da indecisão.
Fica, aceita o pouco que te dou, recebe-o de mãos abertas.
Não peças o que não te posso dar.
Aceita, não digas adeus.
...Mas se disseres, fá-lo de uma só vez,
Não olhes para trás, tranca a porta,
Deixa-a com cadeados e sem lembranças,
Encara a peleja da consciência, na tua própria masmorra sem dó.
Ficarei onde estou... o peito vazio, apertado, mas não mais frágil.
Em algum momento, em algum lugar, encontrarei a paz...
Anatomia
(Originais)
Cantiga de adeus
Quando fores embora
ó saudade, seja breve
na tua hora, não me leve
Se acaso não possa
deixar-me no prazer
vista a tua saragoça
e saia sem nada dizer
Não me puxe pela mão
nem tão pouco no pensar
me deixe na agridoce ilusão
melhor do que te acompanhar
E, se ainda não queira
deixar-me sem os teus
argumentos, a tua asneira
então, me diga logo adeus
e vá sem qualquer besteira
Me deixe no esquecimento!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/ 02/ 2020 - Cerrado goiano
UM DIA NO CÉU
"Escrevi este no ímpeto da emoção quando soube
que minha querida amiga Ibernise esteve em um
momento de despedida em sua vida"
Amiga este poema é teu, com o meu carinho
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Quadras à Saudade
QUADRAS À SAUDADE
Minha saudade se cansou
De tanto me apoquentar
Com saudades dela estou.
Saudade...podes voltar!
A saudade disse-me adeus
E até a Vida já me voa!
Nestes versos que são meus?!
- De saudade canto à toa.
Por onde passo deixo aroma
Da saudade que anda no peito
Saudade com saudade é soma
- Desta saudade sem jeito.
- Já não encontro saída!
- Já toda eu me embaraço,
-Troca-me as voltas a Vida,
-E eu à Vida troco o passo.
- Mas se a saudade voltar!?
E me disser quem ainda sou?
O meu coração vai ter lugar
P'ra saudade que o abandonou.
rosafogo
NÃO É ADEUS, É...
Jesus enxugará suas lágrimas
Com o sopro do consolo
E os olhos da esperança
De um novo tempo vindouro
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como podes tu compreender o sucedido?
é difícil este controle sobre os pássaros
inquietos fogem das mãos aos bandos
a tua tristeza submissa desfaz a chuva
nas ruas abandonadas pelos miúdos descalços
um sangue coalhado na árvore que se dissolve
nas palavras que partiram num dado momento
voltas de novo para a despedida
tantas vezes por ti já sofrida num adeus de partida
um momento findo tantas vezes começado
num tempo que ainda faz sofrer este tempo
um olhar de renuncia entregue à fantasia
de um sonho de procura do ser desaparecido
avança a duvida desta incoerência da vida
as folhagens abanam sem que se faça sentir vento
e a paisagem que deveria lá estar desaparece
este lugar inóspito de imagens inúteis
torna-se mais irreal quanto mais real é
como podes tu compreender o sucedido?
O DIA EM QUE VOCÊ PARTIU...
Partiste sem despedida
sem um adeus dizer
minha alma sentiu
chorou
sangrou
ficou a sofrer...
Nunca mais
foi a mesma coisa!
...Meu coração ficando triste...
...sem alegria...
...sem voz...
...sem vida...
Procurei-te entre todas as coisas...
entre os sóis brilhantes...
entre os sóis nublados...
entre nuvens brancas...
entre os céus estrelados...
pelos Invernos chuvosos...
pelas primaveras que não vejo mais...
pelos outonais descabidos...
pelos Verões idos...
Luísa Zacarias