Eu sou a dor
que a dor sente
sou todo o rubror
da voz ausente,
e quando a noite desce
sou eu quem a amanhece
novamente!

Eu sou a raiva
que me enraiveçe vivo
sou a gadanha e a gaiva
onde sangro o meu motivo
sou a fraqueza que consome tudo
das entranhas ao Sol,
um olhar mudo
assiduamente.
 
Autor
José António Antunes
 
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