O que não anda
No destino definido pela máquina que comanda?
No jogo de cartas marcadas,
A voz do povo é programada para não dizer nada.
A maquinação é o meio para o passeio do tubarão.
É sem paralelo esse verde-amarelo ser uma casa sem botão.
Pensam nesse habitat como um lugar a ser explorado,
Não como uma nação em um bom estado.
Comendo o pão que o diabo amassou,
O povo fica com o que sobrou.
Mocinhos de dentro se juntam aos de fora,
Fazem a festa e vão embora,
E o seu José sobrevive esperando a hora.
A dignidade humana está em chamas,
Os caminhos estão sem luz e cheios de lama.
Alguns comemoram a era da informação,
Dizem que estamos tendo uma emancipação.
Mas as minhas retinas não captam isso não.
Eu vejo é muita isca nesta embarcação.
Aqui coerência é uma roupa rasgada levada pelo vento.
Conveniência é a moeda que impera no convento.
A luz que ilumina não é a luz do dia.
Iluminação que deixa o barco da emancipação sem poesia.
Aqui o ser come nas mãos do ter.
Por quê?
Quem quer saber?
Saber por aqui,
Só sobre o que a máquina definir:
Efeitos do dólar, juros da dívida, risco Brasil...
Puta que pariu!
Estamos sendo consumidos
Como tudo que é vendido.