No regaço oculto da noite

É importantíssima a tua dedicatória,
Maria João.

para quem viveu como eu de perto os horrores dessa guerra colonial, e perdeu inclusivamente dois primos nessa guerra "imbecil" sabe o quão é real quando dizes...

"chega até ele com derramado sorriso
de palmeiras e liamba
vêem no seu andar de guerrilheiro,
o júbilo da lama quente e sangue."

Sentada muita vez naquele chão vermelho, ainda uma menina, via alguns soldados com o olhar perdido a curtir a liamba.

Beijo
Vóny Ferreira

um poema forte, este é um dilema que ainda prevalece na nossa sociedade, o horror, o desprezo de quem viveu e continua a viver com este conflito.

beijo

..nunca entendi este conceito de sobrevivencia,esta necessidade de pegar numa arma em vez de pegar num livro e quando se critica a educaçao e décimo segundo e coisa e tal nao se aperceberam que eramos obrigados a cumprir serviço militar.em 94 cumpria-se 6 meses.
ainda mais nao compreendo todas estas noçoes de guerra e os que por lá sofreram e os outros mutilados e os outros nao voltaram.ainda nao compreendo esta fome de hoje em dia de invadir espaços nao controlaveis e todo este heroísmo que nutrimos dos EUA. tambem,ainda nao compreendo esta falsa realidade para com os que se sentem abandonados pelo Estado,porque o Estado somos nós e nós nada fazemos.percebo isso sim,o que me dizes
e eles merecem.

Poderosa homenagem àqueles que combaterem, muitos dos quais continuam a combater, pois a sua alma ficou no campo de batalha.

beijo

...agora que o tempo se fez historia, temos presente o passado em cada condenado à sua própria insónia...durante anos não pensámos neles ( por não serem actores...) e são agora os anos que nos levam a eles. grato por recordares maria joão...

bj
arfemo

este poema surgiu a pedido de uma amiga cujo pai é ex-combatente a fazer parte de uma publicação do seu livro de memórias.como eu não tinha qualquer vivência neste contexto, apenas sei o que a história nos diz sobre este cenário de guerra, tive a necessidade de tentar captar os sentimentos através de relatos feitos pelo pai da minha amiga.estivemos a falar longas horas e foi isto que saiu.

muito obrigada pelos vossos comentários.

beijo

Periodicamente - sem dia marcado - "regresso" às matas, como que a fazer-me lembrar que o passado vive em nós.

O meu obrigado.

Beijo saudoso *