Mas porquê, não sei dizer não?
Por vezes ainda mantenho,resisto
Se resisto fere-me o coração
Mas mudo sempre de opinião
Por vezes por aquilo, outras por isto.
Se digo não, estou a contrariar
A vontade de alguém de outro
Sei que a decisão não é boa
Deixo as coisas um pouco à toa
Penso ser cavalo e não sou que potro.
Quantas decisões tomei contra vontade
Dizia não, mas tinha pena e dizia sim.
Hoje, justamente porque não me impus
Estou com dificuldades e não vejo a luz
A melhor para todos e também para mim
Não, não, não estou a choramingar
Como maldosamente alguém me acusou.
Desabafar sim, entre amigos, é normal
O que me deixa muito mais integral
Eu sou assim, eu só sei ser como sou
Segredos? Não os tenho para ninguém
Que todos saibam, pouco me importa
Quem eu sou, o que penso, a minha vida
Até hoje nada escondi, verdade tão querida,
Não ao cinismo, é riqueza na minha porta.
Pronto, sinto-me mais aliviado, posso sorrir
Não muito, é verdade, porque nem tudo são rosas
Mas fez-me bem me confessar ao amigos
Peço que não comentem, o meu caminho sigo
Em estradas de dificuldades e algo tortuosas
A. da fonseca.