Ainda sinto o sabor do teu leite, mãe, nos meus lábios, Fresco da madrugada, em que a infância terminou e os pesadelos voltaram, Ainda sinto o tormento do toque esguio, leve, negro, como a Tundra em tempestade. Ainda sinto o mais leve e ténue abraço que me foi dado, Nunca pensei abandonar-me na encosta, Ouço, ao longe, o uivo dos ventos, que me tocam os sentidos, Desejo, Anseio por amor, Pelo toque, Que me trará desespero. Desejo, anseio, quero possuir o mundo com um respiro só. Elevo-me nas estrelas, sou o pó que já não queres, O resto do mundo infame, que deixas abandonado.