CANTO FÚNEBRE E INÚTIL PARA O HAITI

Terrível, a visão do nada que restou do nada... quem sabe dos escombros se possa reconstruir um pouco... um pouco mais... se o branco ousar sujar a brancura no trabalho que urge. Haverá esperança?..

Um abraço, Júlio.

Uma oportuna ode aos desafortunados desta vida.
E temos um país eternamente adiado que definitivamente foi ao fundo.
Digo isto porque não acredito que a solidariedade atinja a sua plenitude a ponto de erguer um país desde as suas fundações.
A ver vamos, mas acredito que estamos perante um dos piores desastres naturais da história.
(enquanto lia este texto, estava a escrever um poema sobre o assunto que conto apresentar logo mais)
Um grande abraçooo!
Abílio

Júlio,

Um poema bem forte com traços bem reais.

Sem hipocrisias, porque agora todos ajudam porque o povo "jaz morto e enterrado"

bj
Eduarda

gostaria que o poema fosse um manifesto, para assinar por baixo. a tragédia natural soma-se ao trágico da política, e a america-latina precisa de sair do labirinto. o capitalismo dos Estados Unidos tem isto: repete-se. nada se aprendeu com esta crise mundial e desconfio que, daqui por quinze ou vinte anos, andaremos todos na rua à pancada. bem gostaria que a política europeia se assumisse, lutasse por uma nova ordem mundial; mas aqui a luta partidária resume-se a discussões macro-económicas de números e estatísticas anuais, semestrais ou trimestrais. a europa é um velho contabilista sem espírito.

uma palavra de esperança ao povo do Haiti. todos pertencemos hoje a esse lugar.

poetas ou não, mas, melhor sendo poeta e homem como tu, unidos, não se cansarão de arrancar as ataduras, por o dedo nas feridas, e expôs-la ao mundo insistentemente, apesar de toda a hipocrisia daqueles que só tem nas oratórias, palavras com véu

"por conta da natureza, não serve para justificar a pobreza que este povo vive. que toda a américa central vive, explorada pelo capitalismo covarde dos estados unidos". mais triste por que não é o ponto final.

beijo irmão.

zé silveira

concordo com o mário.uma nova ordem mundial precisa-se.onde está o espírito?!!!...continuamos com o da caridadezinha hipócrita...
nada do velho nos serve agora.é preciso criar!será que ninguém vê?

abraço

o teu escrito excede qualquer ideia politica, é um poema humanizante em que as palavras funcionam como se de fotojornalismo se tratasse e o resto fica na consciência de cada um.

beijo

haja força e esperança para os que ficam
com a memória dos que partiram vítimas da tragédia.

um abraço

O Haiti está nos bolsões da miséria humana das cidades brasileiras.Nas palafitas sobre os rios, dos abandonadas da vida nos dias quentes e frios. Nos que morrem na frente de hospitais públicos sucateados, na bala que encontra um corpo em plenas avenidas, nas meninas abusadas e prostituídas.O Haiti está na seca na Amazônia, nas enchentes e desabamentos no sul e sudeste.Dos sem teto, terra, saúde e esperanças.O Haiti está aqui e em todo lugar!
Uiiiiiiiiii!Pirei com teu texto Júlio!A MEI!
Bjins e bjons, Betha.

Olá meu querido,

Sabes, já li este texto mais que uma vez, apesar de concordar contigo em vários aspectos existe um que me faz pensar de outra forma.
As forças da natureza são maiores que qualquer ser e tratando-se de um dos países mais pobres do mundo o caos torna-se maior. A globalização e os senhores mais poderosos do mundo dos ditos países industrializados cada vez poluem e autorizam a poluição em troca de coimas irreais. Esta factura contribui para a poluição de um planeta cada vez mais cansado, o aquecimento da Terra acelera e a catástrofe dá-se nos locais mais vulneráveis do planeta.
Ainda te lembras do tsunami. Onde está a mão do homem está a morte é o preço a pagar pela evolução mas sem sombra de dúvida os mais pobres são sempre os primeiros a pagar essa factura, os paraísos são só para quem pode.

Beijo

c.

Júlio,

Perante tal devastação não há canto fúnebre, poema, oração, salmo, salmodia, cantochão que alivie tão profundas feridas.
Mas há que enterrar os mortos e cuidar dos vivos, e hoje, para muitos, já é tarde.

DM