Crónicas : 

Crónicas da tia Alziraaã , A pedido de tãtas familiãs.

 
A pedido de varias familãs aqui mi incontro di novo.
Vocemecês nã querem lá ver o que mi aconteceu, tivi que mudar de profissão, simm. O mê Manéli já nã ganhava pró sustento, tadinho a vida tá cára, êta si tá, bom, mas como ia dizendo mudê di profissão, agora sou escritorã, ai meninas que côsa mais linda, êli é um escrever di versos a tõrto e a dirêto, escrevo sobre tudo até falo di séxo, o mê Manéli nã acha lá muita graça, lá isso nãoo, tadinho tem a mente fechadã, tou farta de lhe dizêri. - ó homi tu êvolui, os tempos mudarão agora até temos a neti, mas o magano nã vai na conversã, nã senhori, só fica contenti quando sou chamada prá a têlivisão para diclamari os meus versos, aí êli fica todo baboso, e fala cum os seus botõess, aiii a minha alzirã é tã prendada, a magana até fala di quando fazemos amori, que côsa boa. E daquela vêz em qui fui ao palácio de Bêlêm, sim, roão-si de inveja fui declamar pró presidenti e prá primêra dama, aqui vos deixo os versos que por lá gritê.

Ó sinhõri prisidênti
Tênha lá pênã da genti
Ãndamos com o rabo di fórã
De tanto ámento a tõda a horã
Isto nã é vida nã senhori
Vossa mircê arrigalado
E o povo só têm pão cum bolôr
Ó sinhõri prisidênti
Nesti ano que se avizinhã
Faça favor de baixari os impóstos
Ou leva cum a varinhã.

Por hoji cheguêi ao fim, abraços e bêjinhos e nã se esquecêm de mim.


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Transeunte na miragem

 
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poetamaldito
 
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