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Não me perguntem nada

 
As horas, como todas as coisas mundanas
Têm uma hora em que acabam
Em que fechamos a porta e guardamos a chave
Apagamos a lâmpada
Num gesto suave
E confiamos na sorte que engana
Desisto de qualquer direito
A uma casa que não é minha
Aos vizinhos que não tenho
Da solução da adivinha
Não perguntem o que levo ou deixo
Ou mesmo se me treme o queixo
Não interessa, ora essa
Perguntem apenas se o caminho é largo
Ou estreito
Não me perguntem o que levo na mão
Ou se levo algo
Se vou pela sombra ou pelo sol
Perguntem apenas o que levo no coração
Ou se sigo o canto do rouxinol
 
Autor
Raul Cordeiro
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/05/2010 16:44  Atualizado: 09/05/2010 16:44
 Re: Não me perguntem nada
Este poema é absolutamente lindo! Uma leitura deliciosa, parabéns!