Levo uma corda
Dilatada em sangue contaminado
Que não sei secar

Levo uma escada
Turva na chama moribunda
Que não sei regar

Levo uma espada
Sem braços para dançar
Que não sei dedilhar

Levo uma almofada
Infesta de pássaros imperfeitos
Que não sei aconchegar

E para onde vou
Leva-me num caminho
Sem madrugada no horizonte
Onde pernoitam os tristes olhos
Dum céu por constelar


«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»

Agostinho da Silva

 
Autor
bruno.filipe
 
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 11/05/2010 15:34  Atualizado: 11/05/2010 15:34
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: Levo
Nessa leva de ardor,
levas muita da dor
de cada um de nós
- frágil casca de noz.

Um abraçooo!
Abili0