era sempre à mesma hora.um sino tocava,as pernas marchavam e eu ía comer.por muitos obstáculos que aparecessem no meu caminho e me atrasassem os passos,não me esquecia nunca da direcção a tomar.mas um dia caí.bati com a tola numa esquina da vida que, tenho a certeza, não estava lá antes.amnésica ,e sem dinheiro para comprar comida,em vez de me dirigir à sala de jantar da família,ou a um qualquer restaurante da cidade,fui atrás de uma galinha que me passou em frente aos olhos.corri,corri e corri.foi então que me lembrei,mal consegui agarrar a ave de capoeira... que me tinha esquecido da faca.
desta vez quem ficou doente,foi a minha mãe.
cruz mendes