CONSELHO (NÃO CARTA) A UM JOVEM POETA

poesia é vício, flor. a gente começa brincando, sabe como é. quando vai dar conta não tem mais como sair. aos quinze, vinte anos, ainda é bonito. na minha idade, não tem mais cura.

um beijo.

j.

maninha,

você, como eu e muitos outros, pode considerar-se também um caso perdido.

te adoro,

j.

querido amigo alberto, poeta dos mais puros que já conheci,

não se assuste, meu camarada. juízes, aqui no brasil, não são diferentes. talvez até piores, porque até bem pouco tempo, o brasil ocupava o 5º lugar no rancking da corrupção. não sei se subiu alguns pontos, é possível. mas alguns juízes e até desembargadores foram presos - acredite - acusados de venda de sentenças. temos o caso de um promotor de justiça que assassinou a mulher a tiros e até hoje não foi preso e sequer encontrado. não faz muito, uma empregada doméstica foi presa porque roubou um pote de margarina num supermercado: ela não tinha dinheiro, o filho tinha fome. foi julgada e condenada a quatro anos de prisão. só não ficou na cadeia graças a um advogado que ficou penalizado com o caso e entrou com recurso. mas o nome dela não foi tirado da lista dos condenados. um deputado, jovem ainda, eleito pelo estado do paraná, certa madrugada, ao deixar um restaurante, completamente bêbado, dirigindo seu automóvel, provocou um acidente que resultou na morte de dois rapazes. ele responde em liberdade, existindo até a possibilidade de ser reeleito. a justiça no brasil é ótima. se você tiver dinheiro e puder constituir um bom advogado, pode sair tranquilamente matando, fazendo o que bem entender, que nada lhe vai acontecer. os "metríssimos", arrogantes, embrulhados em suas togas, são bastante tolerantes com os ricos e rigorosos com os pobres.

abraço,

j.

querido amigo alberto, poeta dos mais puros que já conheci

Amigoirmão e poeta Julio Saraiva.

Esse título é que não pega,

Onde é que foi vuscar essa do mais puro que conheceu? Só pode ser por brincadeira e eu não levo a mal, ao contrário agradeço, mas o Julio está a exagerar.
Poeta, até sou um mau aprendiz pureza, só se for pureza de coração aí sim, até sou vaidoso, mas poeta? e o mais puro?, Não!

Sabe, Julio, tenho alguns dos meus poemas aqui publicados que saíram en CD e até um em DVD. Para évitar problemas, como decerto já constatou, tenho em baixo dos meus poemas o nº de Autor registado no SPA em Lisboa.
A prova que não escrevo bem, é que isto até já fez confusão a alguém que, dizendo mal de um poema meu e até talvez com razão, me perguntou com malicia, se eu tinha medo que me roubasem os peomas, como quem diz, ninguém os quer, não valem um chavo, não disse, sou eu que tiro daí a conclusão.Como vê, poeta não sou.

Agradeço do coração, e receba um abraço amigo

A. da fonseca

alberto,

não menospreze o que você faz. escrever bem não é escrever difícil. fosse assim, advogados que militam no tribunal do júri seriam os maiores escritores do mundo. no entanto, são uns chatos, com um linguajar que nem eles entendem. escrever de um jeito simples, conforme as pessoas do povo falam, isso sim é difícil. tente localizar no google os sambas que o paulista adoniran barbosa escrevia. em agosto comemoramos o centenário dele. foi uma grande figura. ele fazia questão de fazer as letras de seus sambas cheias de erros de concordância. era proposital, embora ele fosse um homem simples. acabou criando uma linguagem. e suas composições acabaram gravadas por grandes nomes da música brasileira, como elis regina, que o adorava. ser poeta nem sempre é escrever versos deslubrantes. ser poeta, alberto - eu entendo assim -, é viver como um poeta. e você, pelo que constato nessa convivência virtual, vive como um poeta.

abraço,

j.

minha irmã poeta,
álvaro alves de faria, meu amigo, é o poeta brasileiro mais português que conheci. tem publicado muito por aí, graças, além do seu talento, do bom relacionamento que tem com a professora graça capinha, da universidade de coimbra. álvaro, em seu livro Sete Anos de Pastor, publicado aí em Portugal, escreveu, em seu poema O Flautista, que andei publicando no meu blogue: "Sempre ouvi dizer/que poesia é sacerdócio./Por isso ando sempre/com uma extrema-unção no bolso." sim, poesia é sacerdócio. fazer o que hoje fazemos, na maturidade, é bem diferente de quem faz aos vinte anos, quando tudo é bonito. depois de uma certa idade, continuar é doença incurável. nós não temos mais jeito.

carinho, natália.

j.

meu irmão poeta,

poesia é puta escolada e perigosa. talvez seja irmã gêmea da serpente que convenceu eva a ferrar com adão e, segundo a escritura sagrada, com toda a humanidade. poesia é cachaça. é alcalóide. e a gente se deixa envolver de tal modo, que, quando acaba dando conta, não tem mais cura.
abraço, meu bom irmão.

j.

maria ivone,

é uma constatação pesada. fazer poesia aos quinze, vinte anos, é bonito, todo mundo faz. na nossa idade, essa luta tão desigual com as palavras é loucura, não tem mais retorno. a poesia, um anjo me contou, é irmã gêmea da serpente, que, ao convencer eva a dar a maçã ao infeliz do adão, ferrou toda a humanidade.

afeto, minha irmã.

j.

maria ivone,

é uma constatação pesada. fazer poesia aos quinze, vinte anos, é bonito, todo mundo faz. na nossa idade, essa luta tão desigual com as palavras é loucura, não tem mais retorno. a poesia, um anjo me contou, é irmã gêmea da serpente, que, ao convencer eva a dar a maçã ao infeliz do adão, ferrou toda a humanidade.

afeto, minha irmã.

j.

ulysses,

a história é engraçada. o corinthians, minha paixão em branco e preto, estava em maré baixa. vinha umas seis derrotas seguidas. crise total. o bandeirante, que disputava a série A, do campeonato paulista, veio jogar mo Pacaembu. o corínthians, desculpe, lavou a alma: meteu quatro ou cinco. mas o mais engraçado foi depois do jogo. os repórteres faziam entrevistas nos vestiários. e já havia algumas moças cobrindo futebol. os atletas dos times ditos grandes não se importavam com a presença feminina.tomavam banho sem dar a menor importância. mas os meninos do interior, não. cheios de pudor, nenhum atleta do bandeirante ousou tirar o uniforme enquanto as repórtere não saíssem. claro, hoje a coisa é bem diferente. abraços,

j;

olá, menina!
hoje não tenho nada para postar.
fica meu beijo.

j.

meu caro eduardo,

claro que há uma dose de exagero neste meu poema. mas da maneira como críticos e editores - principalmente estes - tratam a poesia no brasil, o que eu escrevi pode ser a mais pura verdade. poesia no brasil é motivo de caçoada. o poeta... bem, melhor parar por aqui.

abraço,

j.

concordo com o velho armando, o grande poeta da crônica esportiva: virna é uma mulher lindíssima. aliás, por falar no armando nogueira, se os cronistas esportivos que temos escrevessem o rascunho do rascunho do rascunho dele, nós, amantes dos esportes, principalmente do futebol, não seríamos obrigados a ler e ouvir o besteirol que lemos e ouvimos diariamente.

beijo.

j.