Poemas : 

Ode aos Espinhos

 
Tags:  jardim    sangue    rosas    espinhos  
 
Ode aos Espinhos

Depois que caíram as Rosas
É que viram os Espinhos
Como uma revelação indecorosa
Que subitamente surgira no caminho.

E viram os espinhos não porque o enxergaram
Mas porque inesperadamente
Eles, mesmo imóveis, atacaram
As mãos que da roseira se aproximaram de repente.

O sangue que então deslizara
Fizera brotar uma questão
E a última Rosa viva empalidecera
Ao ver seu destino morrer naquelas mãos.

E por muito tempo ainda
Mesmo após aquela Rosa ter murchado
A imagem que preservara-se mais linda
E o gesto mais nobres não foram notados:

A um canto do jardim, longe dos olhos e do caminho,
Distante das coisas belas e apreciadas,
Continuavam, como se estivessem vivos, os Espinhos
A proteger a sua Rosa amada.


(Denise Fissant)

 
Autor
defissant
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1073
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
7 pontos
5
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
apsferreira
Publicado: 07/10/2010 18:35  Atualizado: 07/10/2010 18:35
Colaborador
Usuário desde: 27/12/2009
Localidade: Ponta Delgada - Açôres - Portugal
Mensagens: 1614
 Re: Ode aos Espinhos
Um poema muito belo,
em que sobressai a lealdade,
a um amor. Gostei de ler.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/10/2010 18:57  Atualizado: 07/10/2010 18:57
 Re: Ode aos Espinhos
Um dos poemas mais lindos que li aqui, me fez lembrar de uma coisa,quando nosso amor vai embora(a rosa que cai) ficam os espinhos,que ferem sangram, ficamos a espera de uma nova rosa brotar.

abraço fabiofan


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/09/2014 03:41  Atualizado: 25/09/2014 03:41
 Re: Ode aos Espinhos
sabia q n tinha pensando nos espinhos por esse ângulo? mesmo esquecidos em algum canto continuam afiados guardando o q lhes é caro,muito show sua visão expressa