Ciúme

Grata cara amiga,

Ciúme é uma faca de dois gumes. Fere o objeto do amor e fere que sente. O ciúme pode ser com ou sem fundamento. Eu acredito sempre sem fundamento. Pois, se o objeto do amor está com outra pessoa é porque não é amor verdadeiro, pois, por definição, na minha opinião amor tem que ser correspondido.

Beijo sempre grata pelas leituras.

Eu faço sonetos. Já fiz mais e tenho alguns aqui, mas não é minha forma que prevalece na poesia.

Gosto muito, os clássicos, principalmente na época do arcadismo e simbolismo usavam como forma universal e fixa de poesia, assim como as trovas e redondilhas. Mas este não é um soneto verdadeiro, ou dodecassílabo, que é a forma mais tradicional introduzida por Petraca, bem como não é um Camoniano. Não contei as sílabas, este pode ser considerado um soneto moderno. Para ser soneto verdadeiro, dodecassílabo, camoniano ou inglês tem que haver métrica fixa, e um número fixo de sílabos poéticas. E isso eu já fiz uma vez para experimentar, mas é muito adverso ao meu processo criativo que é absolutamente expontâneo.
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOO

INTÉ.

Querida e genial Onix:

Acredito que o que distingue o amor dos outros sentimentos é a intensidade. Todos os sentimentos intensos podem inverterem-se, causando desconforto(dor) na proporção inversa de seu bem estar (amor, prazer). O ciúme para mim é filho da insegurança, do medo, da ansiedade relativa a perda, do não confiar em si e no objeto do amor.

Ciúme é uma doença, consome, mata, faz delirar.

Para mim é o que mais é letal na vida.

Sempre muito grata pelas leituras e apoio ao meu escrever.

Grande abraço.

Grata Aqua, teu texto inspirou-me. As vezes faço sonetos, geralmente reacionais às leituras. Na época que estava imbuída dos clássicos arcades e simbolistas eu fiz muitos poemas assim. Era como se a métrica entranhasse e eu saía escrevendo como lia. Ler sonetos acaba por gerar uma ressonância na cabeça. Não sentes isso as vezes?

Grande abraço.

O ciúme, sábio poeta, na minha opinião vem da falta do amor, vem do engando e da dor. O ciúme é uma faca de dois gumes, uma noite sem lumes que dissemina escuridão.
O ciúme é uma praga que afaga o ego, é o prego que prega na cruz, é uma droga que alucina e seduz.

Não, não e não, o ciúme não vem do amor
vem da ilusão.

Vem da quebra do amor narciso
que vê no outro tudo que preciso
é um amor próprio, louco exacerbado
que induz ao caminho errado.

O verdadeiro amor não pede nada
não é uma mão fechada
afagando a insegurança
o verdadeiro amor confia,
como confia uma criança.

Não é feito de ciúme
é feito de espera e esperança.


BEIJO CARO POETA, ADORO TEUS COMENTÁRIOS.

Caríssima poetisa.
Sou meio camaleoa mesmo, as vezes saem assim. Eu li o soneto do Aquazulis, que é um sonetista profeciente e inspirei-me.

Quando lia os clássicos dos sonetos, fazia mais sonetos.

Meu gênero próprio e original é livre. Mas nada impede que ousemos outros gêneros,tudo é aprendizado.

Grande abraço e muito grata pela leitura e consideração.

Muito grata és muito generosa. Muito grata mesmo pelo comentário.
Um grande icentivo ao meu trabalho.

És muito generosa cara amiga. Muito mesmo, quisera eu que no mundo todos tivessem olhos iguais aos teus para lerem-me.
INTÉ!