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Porque escreves? - 2

 
2.

António eu acho que devemos continuar a nossa interessante conversa num local mais apropriado, como é, por exemplo, a Sala Nobre do Palácio da Quinta da Piedade e até podemos trazer, para a conversa ou debate, mais autores até através da Internet, o que acham? – perguntei eu.
Parece-me bem. – respondeu a Ana de imediato
Pois eu também concordo, assim abríamos o debate aos nossos amigos da escrita. – disse a Manuela.
E tu o que achas? – perguntou o Afonso olhando para o Jeremias.
Bem! Eu adoro estas iniciativas, estar nesses espaços, ir onde a minha palavra me levar, por isso, só poderia concordar com tal ideia. – disse o Jeremias
Muito bem. Vou falar com a Dr.ª Rosalinda para tratar de marcar o espaço, arranjar uma data e hora e para providenciar a vídeo – conferência aberta a quem quiser participar. Ou então, podemos fazê-lo on-line no nosso espaço da escrita – o Luso-poemas – se todos estiverem de acordo. – disse eu.
- Claro que estamos todos de acordo. – respondeu agora o António como se já tivesse o consentimento prévio de todos.
Ok! Amanhã, depois do trabalho, encontramo-nos novamente aqui para definirmos as coisas. – Disse eu.
Cada um, após a saudada despedida, seguiu o seu caminho.

O dia seguinte.

Após meu trabalho, dirigi-me ao Salão Nobre do Palácio da Quinta da Piedade onde a Dr.ª Rosalinda esperava por mim. Durante a minha hora do almoço telefonara para acertar os detalhes da reunião e encontrara uma fantástica abertura por parte da Dr.ª Rosalinda que era a responsável pelo total dos espaços que ali existiam. Um Palácio enorme com um notável conjunto, hoje património municipal e classificado como Imóvel de Interesse Público, com um solar com características do século XVIII e interiores forrados de azulejos da época, zonas de lazer com lagos e fontanário e diversas capelas (Igreja de Nossa Senhora da Piedade, Ermida de Nossa Senhora da Piedade, Ermida do Senhor Morto e Oratório de São Jerónimo), sendo a primeira do século XVIII e as restantes quinhentistas. Estando ainda em funcionamento na Quinta uma biblioteca infanto-juvenil e uma galeria de exposições.
Enquanto conduzia em direcção aquele espaço maravilhoso, recordava as suas origens que remontam ao século XIV, quando foi instituído o Morgadio da Póvoa por Vicente Afonso Valente, cónego da sé de Lisboa. A história da Quinta está estreitamente ligada à história da Póvoa de Santa Iria, durante muito tempo chamada de Póvoa de D. Martinho de Castelo Branco, sétimo senhor da Póvoa e primeiro conde de Vila Nova de Portimão.
O património edificado actualmente existente na Quinta testemunha os diferentes períodos históricos e vivências que este espaço atravessou. Se, por um lado, são ainda visíveis os vestígios das edificações renascentistas – portal e placa epigrafada da antiga capela de Nossa Senhora da Piedade (1531) e oratório dedicado a S. Jerónimo – é do século XVIII que data o conjunto patrimonial mais notável da Quinta. As campanhas de obras do século XVIII, impulsionadas por D. Pedro de Lencastre Castelo Branco, quinto conde de Vila Nova de Portimão, originaram a construção da igreja de Nossa Senhora da Piedade, a ampliação do palácio e a sua decoração.
Mas depressa cheguei, devido ao pouco trânsito rodoviário, interrompendo assim o passeio memorial.
De sorriso, sempre aberto e espontâneo, já me esperava a Dr.ª Roselinda. Rapidamente fizemos a reunião, no que concerne aos acertos do tal evento, ficando depois em amena conversa sobre a nossa literatura. O tempo, esse incrédulo obstáculo, ficava definitivamente para segundo plano. Eram momentos destes que seduziam o meu amor pela palavra quer fossem pela forma oral ou através da escrita.
Depois de tudo acertado fui ter com os meus amigos, tal como combinado no dia anterior, para partilhar as boas novas e providenciarmos novas metas.
Ao chegar, já todos me esperavam, impacientemente, para saberem o que tinha acontecido na reunião. Contei-lhes tudo em pormenor.
Ficou combinado que teria que partilhar tudo no site Luso-poemas abrindo assim a possibilidade dos lusos em participar naquele evento devidamente preparado e tão desejado.
A data já estava marcada para o sábado seguinte com início previsto para as 15 horas.

O tal sábado seguinte.

Ainda não havia muita gente on-line apesar de já serem 15 horas. A expectativa, essa era enorme, e por parte de todo o grupo que iniciará esta aventura.
Foi colocado na primeira página do site, um texto de introdução, para atrair os usuários. Mas com o tempo a passar e sem que ninguém se atravesse a participar, apesar das leituras, até que eu avancei com o primeiro comentário, abrindo assim, as hostes para a participação massiva, e logo, com o seguinte comentário:
- António, Ana, Afonso, Manuela e Jeremias, eu bem que vos avisei, que ninguém participa porque este texto é demasiado grande... – escrevi numa entoação de provocação.

Intervalo

Esta história está a ser escrita. Está, portanto, em aberto e irá continuar, mas agora é a vez de quem lê ter a palavra… por favor, escrevam o que entenderem partilhar.

Obrigado.
Até já!


Eduardo Montepuez
http://montepuez.blogs.sapo.pt/

O meu último livro:

"O Espírito Tuga" - LUA DE MARFIM (2011)


 
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EMontepuez
 
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Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 02/11/2010 22:33  Atualizado: 02/11/2010 22:33
Colaborador
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 Re: Porque escreves? - 2
É certo que de um modo geral,
quando se abre algo que se pretende ler, atraído ou pelo titulo, ou pelo autor, ou seja porque motivo for,e se depara com um texto enorme, há logo a ideia de fechar sem ler. Mas tambem há titulos, há autores, há textos que nos levam a ler, pensar, reflectir, comentar, ou não, mas fica sempre algo dessa leitura.
Quem sabe, até uma ideia para uma próxima escrita,
isto para quem gosta de escrever, claro.

Antonieta