Poemas : 

Incorporal

 
Eu
Ilícito
No escuro
Me consumo…
A respirar a meio prazo do tempo
Que em fim, assim incerto me findo.
Que venta
Cinza
Leve…escurecida
Desaparecerão continentes
Até á morte da partícula
Ínfima,
Asfixia
Que termina em coroa
Lágrima
Canto e
Bandeira
Cravada na terra.
Acarreto
Assim,
Cafés, cigarros
Jardins…
A mão e o seio
Invisíveis como
A memória e o cheiro.
Equacionada
A hora,
Do ser, de não ser
Metafísica
Divisível
Sem resto
Do absoluto que sou
Na subtracção do transpirar
Dias, certos e finitos.
Aqui onde não me importo
Com o segundo, a fracção,
O milésimo do minuto,
De nada que em nada já resto.
Incógnito ainda devoro,
Trapos do tempo que mói
Que dói
Ri
Expira e inspira
O universo em vazio,
Onde já só…
A metamorfose do som
Silencia o corpo
Em contrato
De termo certo
Irrevogável e eterno.
Já sem o querer
Que sinto do tacto
Em vontade de ter
Meu amor em adeus
Espinhos de rosa,
Tílias espalhadas,
Urtigas dormentes
No chão do meu fim…
Graça a minha
A deus, não crer,
E desaparecer desta face
Sem julgamento divino
Frio e erecto…
Homem sem culpa,
Que termina em coroa
Lágrima
Canto e
Bandeira
Cravado na terra.

 
Autor
lapis-lazuli
 
Texto
Data
Leituras
752
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/11/2010 00:47  Atualizado: 26/11/2010 00:47
 Re: Incorporal
Perfeito...

beijos.