QUADRAS TORTAS ESCRITAS NO BAR NUM DIA DE CHUVA

eu não gosto nenhum um pouco de quadras. é a forma mais fácil de se fazer poesia. estas aqui fiz como um exercício lúdico na mesa de um bar aqui perto. valem pela brincadeira.

carinho, lê.

j.

meu bom amigo carlos,

vejo que você conhece bem os produtos etílicos brasileiros. salve a velho barreiro! escrevi uma crônica sobre o seu livro. vou postá-la amanhã. só não o fiz ainda porque a net só me devolveu o sinal hoje, e eu estava escrevendo de uma lan house. seu livro segue,junto com o da sofia logo depois do natal. não vou enviá-los porque o serviço do correio está entupido. e aqui no brasil a coisa não é muito organizada, para não dizer séria. tenho medo de extravio.

um grande abraço a você, monge da palavra.

júlio

Obrigado.
Isso dos livros tem tempo, sem problemas e não precisa de fazer publicidade ao meu, entretanto estou a tentar dar um passo em frente na qualidade de minha escrita, mais franca mais aberta menos floreado e substantivo e adjectivo menos metáfora, como disse Borges (numa entrevista da Paris Review (dos anos 60)que foi publicada em livro, por cá recentemente) as melhores metáforas já foram todas escritas, como a vida por sonho, o céu pela eternidade, etcetera, tentar inventar novas, ou são repetidas ou sai asneira (é o que é frequente) mas a Poesia não morre e tem de se reinventar, e é mais difícil agora e mais desafiadora.

A marca da cachaça Velho Barreiro calhou porque é a cachaça que tenho em casa, gosto de vez em quando fazer umas caipirinhas com muita lima e pouco açucar, aliás lima com cachaça é uma combinação perfeita, se bem que com cuidado senão o fígado é maltratado, mas gosto muito desta cachaça...

Estas quadras têm muito humor e boa poesia, mas claro a quadra aperta a poesia e sufoca-a, é popular e simples, é campestre, não cabe lá tudo o que queremos pôr no poema... mas gostei.

Um grande abraço.

amigo carlos,

as quadras, realmente, foram escritas num bar. Uma brincadeira. até fernando pessoas as fez - Quadras ao Gosto Popular -, dizem que pra ganhar dinheiro, porque ele sempre estava em dificuldade, o que não é novidade para poetas. quanto ao seu livro, não se trata de propaganda, não.o que é bom deve ser divulgado. como eu disse num artigo, muita gente boa debandou deste luso. os que chegaram deixam a desejar. poucos de qualidade ainda resistem - você é um deles. não me importo em perder leitores e comentários por causa dessa minha maneira pouco simpática de ser. prefiro ser sincero. a velho barreiro, por outro lado, é uma pinga popular aqui. das mais baratas, como a concorrente 51. mas temos cachaças aqui de exportação. essas não são encontradas nos bares populares, custam caro. velho barreiro e 51 são as recordistas de venda nos botequins.aliás, são as que tomo. quanto a aprimorar a poesia, acredito que nós que a levamos a sério, até sem querer estamos aprimorando. porque temos senso crítico. e somos exigentes conosco. poesia é trabalho. pena que muitos confundam esta forma de expressão como desabafo ou vômito de frustrações. eu, pra dizer a verdade, pouco creio em inspiração.

abraço,

j.

minha karla, minha rainha.

um beijo do seu rei sem coroa.

ju.

prepare o estoque, zé. passada a euforia dessas festas , que eu não suporto, karla e eu vamos visitá-lo. ela não bebe.mas eu bebo por ela.

beijão, irmão.

j.