Passam os dias
Passam as noites
Leio instruções
Decoro a página
Capitulo primeiro
Certezas inúteis
Quarenta e sete razões, para sorrir
Uma, para não cumprir
Quero rir
Quero voar
Quero ser outro eu
Enlouquecer na miragem
Dar o certo pelo incerto
Cair da noite
adormecida, indolente, paralela
Salvar o dia
enquanto é dia
Partir na certeza do incerto
lamber o sal, coado e molhado
Perder-me, em ruas abssintas
Correr para nada
e para tudo
Viver sofregamente
o instante do momento
e, adormecer os anos idos
sem parar nos dias esquecidos
Nas noites de espera
pelos dias descalços
sensuais, apelantes de vida
trilhei as sortes do ocaso
Noites minhas
Dias meus
Livro
que se perpetua
sem fim
Meu também
Rui Santos