PoRqUe NãO?

Chove a cântaros
neste Fevereiro frio
e sacodem os pássaros
as penas na beira do rio
e de novo voam no infinito
e eu perco-me a mirá-los
até soltar incontido grito
e vestir as asas de cotovia
e depressa me juntar a eles,
e assim numa só adrenalina
me esqueço de todos os males
e sobrevôo a alta colina
e as belezas gravo na retina
e o rio, qual fio, serpentina
e de repente entra mar adentro
e eu então aterro na praia
e a minha alma esventro
para que o lamento saia
e vá parar ao fundo do mar
e na volta eu siga feliz
com a vida inteira a namorar
e a ser dona de meu nariz!

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