A PALAVRA PRECISA SER (IM)PRECISA

A satisfação em tê-la como leitora é toda minha, tenha essa certeza, Núria.

Um beijo
Gê

Boa noite Gil. Grato por ler.

abraço
Gê

Fala, meu amigo... sabe, Gyl, uma coisa é inconteste: são as idéias que me levam, não sou eu que leva as idéias. Portanto é certo que são as palavras que me levam no bico... O que escrevo não condiz com o o Gê autor quando este pensa conceitualmente e de modo organizado sobre algo. Um dia eu vou saber se isso foi bom ou ruim, ou, se isso serve para algo ou é pura "punhetagem mental". Hoje, especialmente, eu acho ruim.

Um abraço e grato por vir ler
Gê

Oi Angela. Obrigado por vir ler, assim mesmo...rs

Um beijo
Gê

Olá Luís. É ruim mesmo para o leitor quando as palavras deliram... rs

um abraço e grato por vir ler, ou ao menos tentar.

Gê

Muito obrigado por ler Varenka.

beijo
Gê

O Manoel de Barros é quem diz que as palavras precisam "delirar" num poema, ou seja assumir sentidos e significados não próprios dela. Pois acho que aí muito da beleza e da criatividade da poesia. Nos meus textos a palavra "não" delira. Meus textos são "retos". Isso hoje me incomoda, porque se isso não acontece, você fica como que preso numa jaula, sempre com as mesmas feras. Uma hora elas vão parar de colaborar com você e vão ter fome. Enfim, irão comê-lo mais cedo ou mais tarde. É preciso andar sempre numa selva aberta... Isso que "(de)lira" ficou na minha cabeça por muito tempo e agora eu "vomitei" isso, nesse negócio aí... rs. Mas sim, a poesia é tudo isso é música, lira e delírio das palavras...

Obrigado por vir ler, Tânia
Um beijo
Gê

Oi Vaninha. E que a palavra delire. Eu não consigo fazer... Ah, eu vou por um poema do Manoel de Barros aqui pra você ler e você vai entender. Ele merece. Isso de (de)lirar surgiu dele, embora aqui essa palavra esteja até quebrada...rs Mas poucos conhecem ele, sabe, e ele precisa ser divulgado. Leia. Você consegue fazer a palavra delirar. É das poucas aqui que consegue isso. Deve gostar dele.

Essas duas são do "O Livro das Ignorãças"

IV
No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para dálias.
É quando Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras.


VII
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz:
Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor,
mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer
nascimentos - O verbo tem que pegar delírio.

Manoel de Barros.

beijo!
Gê

ah, mas agora tu me presenteou maravilhosamente, amei o poema e vou ler e ler mais. Obrigada. bjs

Olha, vou por mais três aqui pra você. Mais num acostuma, não... rsrs

IX
Para entrar em estado de árvore é preciso partir de um torpor
animal de lagarto às 3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até o mato sair na voz.
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.

XII
Pegar no espaço contigüidades verbais é o mesmo que pegar
mosca no hospício para dar banho nelas.
Essa é uma prática sem dor.
É como estar amanhecido a pássaros.
Qualquer defeito vegetal de um pássaro pode modificar os seus
gorjeios.

XIII

As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul - Que nem uma criança que
você olha de ave

Manoel de Barros

bj
Gê

ah, me deleitando aqui... é lógico que me acostumo, oras! rs! brigadu

Oi Márcia. Obrigado por vir ler. Realmente tem um sentido muito claro para mim. Mas fui eu que escrevi, então, sou bem suspeito para afirmar. Se você conseguiu enxergar, fico muito contente!

Um beijo.
Gê