Devagar, devagarinho…
Foste entrando sem notar
E assim quase de mansinho
Ganhaste o teu lugar.
Arrumaste nos cantos dores e amores
Foste abrindo o teu espaco.
E onde havia negra magoa salpicaste cores.
E onde haviam nos, tu deste um laco.
E quando olhei de frente,
Quando olhei e quis ver,
Tu estavas diferente
E o amor estava a acontecer.
Aqui , dentro de mim
Onde pensei conhecer ate o que nao via,
Ha frio e calor, emocoes em motim
E forcas boas e mas que nao previa.
Em luta comigo e contigo
Amor, medo e prazer.
A amizade como abrigo
E sem saber o que fazer.
Tornou-se mais forte que vento em furia
Tornou-se mais frio que gelo polar.
Momentos de prazer e luxuria
Misturados com o nosso lado lunar.
E num momento doce,
Proibido e em segredo,
A verdade como uma foice,
As tuas palavras como um torpedo,
Destruiram de uma vez
Qualquer disfarce que conhecia.
E assim em plena nudez
Fiquei com a boca de palavras vazia.
Era tarde demais para nao ser
Era forte demais para nao sentir.
Nada mais tinha a perder
Limitei-me a consentir…
… era amor, era paixao.
Carla Veiga Ribeiro
Carla Veiga Ribeiro