Quando foi que a última fruta
tornou-se insípida?
Quando foi que a última taça
deixou de fazer efeito?
Quando foi que a estrada
podia ser qualquer estrada?
Quando foi que o desejo
se transformou em cansaço?
Quando foi a partida,
a [real] despedida?
Quando foi mesmo que
a perda se instalou de vez?
E por que eu jamais consigo perceber
o acontecer da última vez que...?
[E se eu a percebesse... eu pararia,
isto é, eu pararia o tempo do acontecer?]
[Penas do Desterro, 23 de maio de 2011]
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