Meus abismos - Lizaldo Vieira
Nem sei se canto 
Se choro
Se clamo
Ouiimploro
Nos instantes de longo inverso
No frio da solidão
Do alegre torrão
Nos dias meus
Longe do solo pátrio 
Longe de casa 
De minha gaia 
Aqui 
Ali 
Acolá 
Muitas léguas distantes
Sou pássaro sem ninho
Bezerro desmamado
Filho sem pai 
Sem mãe 
Peixe fora d’água
Mundo afora não evito meus abismos 
Sou morcego sem grota 
Tatu sem toca
Preso sem exílio
Um cidadão sem pátria
Cachorro vira lata
Ao sabor do relento 
Rio sem rumo 
De por onde chegar 
Alem mar  
Vida nos limites 
Sobram meus medos 
De nunca ir longe 
Pudera
Nunca tive régua 
Nem compasso 
Pra soltar do casulo 
Essa minha alegria tímida
De paixão e sem orgasmo 
Em tudo vejo marcas
Quando a arte precisa imitar a vida
Pra ser realidade
Um resumo frio de natureza  morta 
Feito pele de animal
Alimentando o luxo da imaginação
Enquanto  amor eterno
Fica impossível 
De sobreviver 
Aqui e acolá 
Para se eternizar repleto da grandeza 
E compreensão
Então oremos os salmos
Vale a pena cantares de teor a Deus ou 
Seguindo os pulsos do coração 
Porem se abstiver das correntes de atração
Do falso amor 
Magoado com a companhia cármica
Para vencer medos
Ocasiões perigosas 
Desfazer marcas do tempo
Bendirei ao Senhor em todo o tempo
Cantarei sempre em seu louvor
É que o amor é essencialmente perecível  
Mais teima em nascer em desafios
E ameaças
Ai 
eu não evito meus abismos
Eu  não acredito 
Que as fechadas e portas 
Do novo caminho serão abertas 
Nos  pra nos socorrer 
Do abismo iminente
Gosto do impossível
Mais tenho medo do improvável
De meus sonhos e abismos
Tenho medo das alturas
Vezes por outras 
Tenho vontade de desafiar
Até mesmo a gravidade
Parece que eles simplesmente 
Não dão a idéia  
 Da dimensão de Descobrir 
Os medos 
Dos abismos 
Consigo mesmo
                
Q U E  S E  D A N E  C U S T O  d e  V I D A  - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado 
É todo santo dia
O mesmo recado 
La vem o noticiário 
Com a 
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado 
De Tóquio 
Nasdaq
São paulo 
É dólar que aume...