Poemas : 

Alta estrada

 
Como quem encontra
a saída da cripta,
cresço no fogo e no ar,
forjando o tempo,
no tempo onde o tempo tinha tempo
de esculpir e encarnar
o que antes
cuspia e escarrava,
até que fossem expulsos da garganta
os resquícios mais mundanos.

Respiro fundo e por um instante
sinto fortes pulsações
na fração suspensa do tempo parado.

Meus devaneios são protegidos por uma cortina de pó
no exato instante em que
toda a literatura do mundo
parece um pé na estrada
ou um uivo distante.

Na dúvida, botei um disco de Bob Dylan
para atrair as madalenas do deserto.

 
Autor
NathanSSousa
 
Texto
Data
Leituras
714
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/10/2014 02:29  Atualizado: 06/10/2014 02:29
 Re: Alta estrada
Apreciei!