Subi no pé de Goiaba.
Em seus galhos finos e fortes.
Colhi seus frutos maduros,
Quais me lambuzei, escorrendo
seu doce mel, pelo meu queixo.
Manchando meu vestido de organdi.
Com seus ricos bordados à mão.
Se ainda, houvesse, caído apenas
no bolero.
Haveria salvação.
Enquanto, subia esgarçava a trama do tecido.
Quanta traquinagem, num domingo após a Missa.
Na cabeça de menina travessa,
Tudo valia, em busca de apetitosas goiabas.
Até um castigo merecido.
Pra alguém tão pequena e insensata.
Achava que após um encontro com Cristo.
Na capela, da amada escola salesiana.
Que seria a perda de um lindo vestido,
ou de um grande castigo?
Que hoje, após tantos anos,
me fazem vir à boca, o sabor,
das goiabas maduras.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)