É tão tarde...

Nessa hora em que os pássaros já se recolhem e a tarde é de um cinza tranqüilo, é que percebo quão solitárias as tulipas do jardim se tornaram,
não vens mais regá-las, cuidá-las.Choro!

As begônias, sempre tão luxuosas em sua rara essência, nesse fim de tarde, apenas se deixam agitar pelo vento, infeliz...

Minhas margaridas andam tão apagadas, as amo tanto!
Creio que são as que mais sentem minha ausência, o cuidado de minhas mãos, brutas/suaves/instáveis.

Mas, talvez tarde demais, eu veja o quão importante sou para todas as lindas flores, ou amores. Cultivei-os, cuidei... Sumi

Anda por esses dias causando-me a infelicidade , vê-los todos, flores e amores, com essa dó de mim.

Penso em voltar, rever, publicar palavras ao vento, ao sol, a lua, Mas perco a coragem e me vejo assim nua, com o coração pela rua, nessa mesma angustia, que noutro dia mesmo achei que tinha cura.