Poemas : 

o Ritmo do Instante

 
Dia parado!
Dia liso e parado!
Meu Coração um relógio
que repete vazio
o Ritmo do Instante ...

Instante frio, liso e parado.

Oiço um Violino:
doce mas melancólico,
presente mas amargo!
Porque o Eterno é prós outros,
pra mim, apenas o instante,
o imprevisto, só o Nada se manifesta!

O Amor ficou do outro lado,
ele ri-se da ilusão projectada.
E a Alma permanece, em espera!
E que espera?! Que espera ela?!
Amor, Amor, só o seu Amor ...

Mas seu Amor ficou na outra margem
e deu ao Mar a rigidez dum dia
sem sentido. E o Sangue, esse,
um imenso Rio de barcos tão pesados
como as quilhas da Nação!

E por quem esperam esses barcos,
tantos, desancorados, soltos?...

- Eu não te matei -

... tu é que te morreste
no berço dum Coração frio ...

- E ficou no Mar a tua sepultura -


Ricardo Louro

Café a Brasileira
no Chiado em Lisboa


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
Autor
 
Texto
Data
Leituras
918
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/10/2012 20:44  Atualizado: 07/10/2012 20:44
 Re: o Ritmo do Instante
Um instante de excelente inspiração. Parabéns, Ricardo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/10/2012 20:57  Atualizado: 07/10/2012 20:57
 Re: o Ritmo do Instante
"o Ritmo do Instante" aqui cantado de forma firme aonde se nota um poema rico em adjetivação o que o torna ainda mais forte.
Abraços
Luzia