Mísero

Fico encantado com certos achados, como: "...tombo da caneta...", "...ensurdecer todas as coisas mortas..." e, um final pra lá de elegante. Citei alguns trechos pelo gosto do exemplo, mas não caberia citá-los, porque todo o poema, essa "simplicidade", é inteira. A poesia encanta muito mais (meu ponto de vista), quando pega essas palavras tão cotidianas e as transformam e, de tal modo, que parecem novas, novíssimas. Na minha humilde opinião, acho que aí reside toda a beleza da poesia.

Muita luz e paz!

Milton

Lindo!
Mas sempre há o que dizer,
mesmo que seja banal,
mesmo que ninguém queira ouvir,
que ninguém queira ler.
Deixe pro derradeiro fim
colocar o ponto final.
Abração

bati os olhos no poema e me vi transportado para um momento bíblico (sabe se lá por qual razão. talvez por se estar em tempos de quaresma, ou emergiu do limbo a lembrança da doutrina imposta pelos meus predecessores cristãos)

daí, o Miseré, numa das ultimas frases dita por 'Ele', crucificado, e que em sua agonia na cruz , olhando a multidão gritando, rindo, uns chorando, outros blasfemando, e 'Ele', num olhar terno, cheio de amor, apesar da dor pelos ferimentos em todos os lados, pela angustia do sofrimento, da solidão. foi assim que li o seu 'Mísero' 'mais grande' texto, querida poeta Cleo... versos intensos, como se já sem sangue, aquele saído do ferimento de lança. duma dor intensa, mas sem ódio por assim ser, Cristo. 'o ponto final', ou começo. "Pai perdoai-os, eles não..." obrigado pela bela partilha. obrigado.
bj e meu fraterno abraço caRIOca.

(sem efeito)

Pungente e belo, ao mesmo tempo - como o são as melhores poesias...

Beijo, Cleo.

Nem quando a caneta tomba
fica o ponto final, Cleo!
Teu poema é prova inconteste.
bj