Não sou de duvidar
Da luz que não se acende..
Mas também não de acreditar
Numa chama que não se apaga...
Se o mundo tem impossíveis...
Eu também os tenho
Mas ele simplesmente é tão grande
Que os ignora...
Não sei se é grandeza,
Ou simplesmente desprezo...
É que eu já tentei ser eu mesmo
E o mundo parece ter-me devolvido...
O problema foi esse...
Não tinha remetente,
Desconhecia a quem reenviar...
Largou-me aqui assim
Sem ai nem ui...
Disse entre as linhas,
Aguenta-te que nasceste para brilhar...
Perguntei eu surpreendido...
Mas se não sou estrela como posso tal coisa fazer...
Disse-me uma voz interior...
Abre as asas e deixa-te flutuar
O mundo não é tudo
É contigo que tens de te importar.
....
Se me importo...
Ainda não consegui descobrir
Estou ainda perdido no mundo em que fui largado
Do qual só quero fugir.
Sem por ninguém ser agarrado.
Porque não deixo nada por mim
Apenas para os outros...
Tudo o que um dia vivi,
É um presente para ninguém....
Já que de anónimo não passo
Nem nunca o tencionei...
O que eu mais quero neste mundo
É entender onde é que errei...
E se estas paredes já não me abrigam
Já não servem para mais nada
Quero parti-las com palavras
Como me partiram com actos, antes...
Sou eu...
apenas mais pássaro enjaulado
Mas diferente por ter sido libertado...
Não voo,
Porque não sei aonde rumar...
Tudo o que sei
É que o ultimo suspiro está a chegar...
César Ferreira
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